31/10/2016

Quando as coisas não saem como a gente espera

Hoje foi um dia corrido, cansativo e estressante.

O trabalho foi tudo bem, por mais corrido que seja, é meio que minha válvula de escape, lá eu relaxo, distraio e não sou a infértil (como me sinto todos os outros momentos da vida).

Hoje fiz mais um US e o resultado não foi muito animador. Estou prestes a ovular, folículo com 17,5mm do lado esquerdo. Além do lado ser "o ruim", meu endométrio não cresceu nada. Eu confesso que fui meio displiscente esse fim de semana. Tomei primogyna e não usei o estradiol vaginal e nem consumi inhame. Na minha cabeça, o primogyna daria conta. E não deu...


É triste concluir que nada funciona muito bem aqui dentro. Os ovários, as trompas, o útero. Tudo é meio disfuncional.

Então, continuarei nas tentativas, mas sem grandes esperanças. Esse provavelmente não é o mês e nem ganharei isso de presente de aniversário.

Ainda tive um pequeno estresse com o meu pai e com o marido. Difícil.

E hoje é só segunda feira! =(


29/10/2016

Resumo da semana

Essa semana passei num médico pra avaliar a possibilidade de fazer uma videolaparoscopia. Foi da minha cabeça, nenhum médico achou que valia a pena, porque devido à minha baixa reserva, não compensaria ficar tentando naturalmente. E me indicaram direto a FIV.

Mas, com um resultado negativo e a prova de que FIV não é garantia de nada, não custa buscar TAMBÉM outras alternativas. Digo também porque tenho plena noção que não posso fazer isso pra sempre, mas por alguns meses, até me estabilizar emocionalmente de novo, vale à pena.

Ele viu todos os meu exames, foi bem tranquilo. É um médico um pouco "diferente" (pra não dizer estranho) da minha cidade, mas foi uma boa surpresa. Ele é atualizado e apesar de não ser especialista em reprodução assistida, sabe muito sobre infertilidade. Disse que acha que compensa fazer a video, mas principalmente como método diagnóstico. Como é realizada com anestesia geral, tem zero chances de eu fazer um espasmo, então dá pra ver exatamente se ela é pérvia ou não. E claro, melhorar caso tenha alguma aderência tornando-as menos móveis. 
Deixei claro que não quero limpeza geral. Se por alguma surpresa for descoberto que tenho múltiplos focos de endometriose, incluindo no ovário, é pra deixar tudo lá, porque não posso me dar ao luxo de perder mais função ovariana. Não creio que isso vá acontecer, mas melhor deixar garantido. 

O marido não quer que eu faça isso. Acha desnecessário e anda com uma fé absurda que vai acontecer de qualquer forma, sem mais exames tão invasivos. Esse mês quero arriscar mesmo com as trompas do jeito que estão e mês que vem tiraremos uma semana de férias justamente na melhor semana pra realizar o exame. Então, teremos 2 meses naturais mesmo. Se tudo der errado, faço a vídeo em dezembro.

Esse mês eu resolvi fazer tudo por conta própria - ok, me julguem, mas eu tenho conhecimento pra isso e não estou fazendo nada que já não foi feito antes com indicação médica. Estou usando creme de estradiol e primogyna 2 mg/dia para tentar melhorar meu endométrio. Estou controlando a TB, fazendo TOs e também controle de ovulação com US. No primeiro, no 12o dia, tinha um folículo dominante à esquerda - que é a trompa "desconhecida", ou seja, não sei se ele tem como sair de lá ou não! Rs... Endométrio com 5,5mm na sua maior espessura. Ruizinho, mas nesse período, já tive endométrio de 3,2mm! Como ainda demoro alguns dias pra ovular, tranquilo, acho que consigo trabalhar mais esse endométrio. 

E até lá, vamos treinando... Eu resolvi tentar não voltar com o antidepressivo e senti uma mudança grande. Na libido, mas principalmente na sensibilidade. É como se o antidepressivo meio que anestesiasse tudo, me fizesse sentir menos o tato. 

Também continuo trabalhando muito a minha fé. Fiz um propósito de ler a Bíblia todos os dias por 50 dias (além de jejum de doces...) e meu marido está fazendo também. Tenho ido à célula e ao culto aos domingos...

Ainda me mantenho afastada das amigas e colegas grávidas, mas acho que é o melhor nesse momento, pra manter a minha sanidade mental. Não preciso de mais tortura do que a que eu mesma faço comigo... 

Hoje é meu 14 dia do ciclo. E seja o que Deus literalmente quiser. =)

Beijos,

26/10/2016

Eu tenho tentado sorrir!

Depois do último post no blog, eu ainda chorei muito. Como meu coração sabia e meu corpo me dizia, meu beta HCG foi negativo. Fiz no dia seguinte mesmo, no D8, mesmo com a indicação de fazer só no D10. E quando vi o resultado, <1,2 que é a referência mínima do laboratório, eu senti como se eu tivesse saído do meu corpo e estivesse olhando aquela situação de longe, sem conseguir fazer absolutamente nada, completamente impotente.
E sim, eu repeti no D11, só pra falar para o médico que tinha solicitado e ler uma mensagem de whatsapp "Sinto pelo seu negativo".

Chorei litros por muitos dias. Litros.

Esse ano foi o ano da minha vida em que mais fiz 2 coisas: exames e chorar. Bati recordes de uma vida inteira em exames de sangue e em todos os outros tipos diferentes que possam existir. Também bati recordes e poderia entrar no Guiness em volume de lágrimas.

Na mesma semana em que tive meu negativo, tinha planejado um encontro de casais de uma Igreja que tenho frequentado, que na verdade era mais pra convencer meus pais (que vivem um casamento complicadíssimo, se é que ainda é um casamento) a irem. Mas eles decidiram não ir e nós fomos.
Decidi ir pelo simples fato de ter um fim de semana longe de internet e com o tempo e a cabeça cheios de outro assunto.

E foi lindo. Voltei me sentindo renovada e achando que era capaz de enfrentar o mundo porque Deus está do meu lado.
Mas dois dias depois, vi que não é bem assim: a última amiga (que ainda não estava grávida) contou que está grávida. Assim, com mensagem do teste no grupo, avisando "Oi Titios, estou chegando". Ok, tenho que dar um desconto pra ela: eu nunca contei sobre a FIV. Mas ela sabe da minha tristeza, das minhas tentativas e julgou que naquele momento a felicidade dela era maior do que qualquer sofrimento que eu esteja vivendo. E se ofendeu e entristeceu porque eu não liguei pra parabenizá-la.
Seguindo o conselho do meu marido, tentei ser um ser melhor. Não é porque ela julgou que a felicidade dela era muito mais importante do que qualquer coisa, que eu devo achar que meu sofrimento é o maior. Mandei mensagem pedindo desculpas por não ter ligado, por estar afastada e disse que estou vivendo um momento difícil e delicado, que no futuro pretendo explicar.

E por isso, eu passei alguns dias derramando mais alguns litros em lágrimas.

Não saímos mais juntos, não liguei e ficou por isso mesmo. Por melhor que eu esteja, não acho que me submeter a momentos de tortura ouvindo uma recém grávida falar sobre sua situação vá me trazer qualquer benefício.

A maior surpresa desse percurso tão esburacado da minha vida, tem sido meu marido. De uns tempo pra cá, ele tem estado ao meu lado em todos os momentos. Nem que seja pra me abraçar e ficar do meu lado, quieto, enquanto eu choro. Nos reconectamos muito e eu estou me esforçando pra voltar a ser a esposa e não só a "eterna futura mãe dos seus filhos". Optei por não voltar aos antidepressivos pra melhorar minha libido e minha Bíblia e as orações estão sendo minha terapia atual.

Decidimos dar um tempo na FIV e recomeçaremos em fevereiro. Eu preciso desse tempo. Antes do negativo, achava que iria querer tentar no mês seguinte se não desse certo a primeira! Mas o baque foi tão grande, que pensar em passar pela mesma dor de novo tão cedo me aterroriza. Então, até lá, tentaremos naturalmente. Vamos namorar bastante, voltei a controlar a TB, comprei testes de ovulação e aquele lubrificante conceive plus, que diz ajudar os espermatozóides a subirem! =)

Tenho alguns outros planos, mas com os dias vou contando.
Um beijo,

09/10/2016

D7 - e o mundo desabou

Hoje chorei sem parar das 5 da manhã ao meio dia. Realmente achei que fosse morrer de chorar ou de tristeza.

Ontem eu fiz o teste que tanto queria. Fiz escondido do marido, mas apareceu uma listrinha mínima (tinha menos de 3 horas do último xixi), bem clarinha, mas estava lá. Não consegui me conter e contei para o marido, que foi bem taxativo em dizer que pra ele não tinha nada. Na hora fiquei chateada, gostaria de um comentário mais incentivador, mas passou.
Só que aquilo fez com que eu tivesse uma segurança maior, uma esperança maior ainda de ver a listrinha escurecendo... E comprei outro teste, outro cleablue e um de outra marca pra garantir, porque na minha cabeça, iria aparecer uma nova listrinha, clarinha, mas nem tanto, mas pra tirar a dúvida eu faria da outra marca, pra ter certeza que era um positivo mesmo.

Só que isso ficou só na minha imaginação. Hoje, não tinha nenhuma listrinha. Nada, zero, teste completamente negativo. Fiz com a primeira urina da manhã, que foi às 4:40 da manhã porque acordei apertada (eu tenho feito muito xixi, mas acho que deve ser psicológico, porque gravidez aparentemente não é). E aí, esse resultado.

Chorei compulsivamente como se o mundo fosse acabar, por horas e horas e horas. Incontrolável. Uma tristeza sem fim, um aperto no peito e sim, uma vontade de morrer pra não sentir mais essa dor.

Com as horas eu fui acalmando, o rosto desinchando e sim, uma mínima esperança voltando.

Se eu não tivesse visto aquela listrinha no D6, não me abalaria tanto com um negativo hoje. Acontece que isso indica que se em algum momento estava sendo liberado HCG, agora não está mais. Se uma implantação estava ocorrendo, ela parou de evoluir...

Minha única esperança é que o primeiro teste não fosse realmente positivo. Eu já vi linhas fantasmas em outros clearblues e se procurar na internet, tem um milhao de relatos de mulheres que tiveram o teste clearblue positivo (não o digital) e o beta era negativo. Eu já vivi isso, mais de uma vez.
E se ontem não era positivo, tudo bem se o de hoje também não for. Ainda é meu D7, e o médico me disse pra fazer o beta somente no D10.

Mas no fundo, eu sei que simplesmente não deu. Não estou grávida, não tem meus bebês aqui dentro. Não tem mais nada aqui dentro.

Hoje não fui ao culto e minha conversa com Deus não foi das melhores. Eu não entendo os caminhos Dele. Não entendo porque eu ainda preciso sofrer tanto, porque a vontade Dele não pode coincidir com a minha e porque todo meu choro ainda não foi suficiente. Estou tentando pensar que Deus sabe o melhor pra mim, da mesma forma que meus pais sabiam quando eu era mais nova e mesmo assim eu brigava, chorava e achava tudo a maior injustiça do mundo. Um dia, talvez eu veja que Ele estava certo, tinha seus motivos. Mas hoje, eu só consigo pensar que não acordar amanhã seria a solução de todo meu sofrimento. Meu coração está despedaçado e eu não imagino passar dias e dias sentindo essa dor.

Ainda farei o beta essa semana e passo aqui pra contar. Mas meu coração já sabe o resultado.


08/10/2016

D6

Essa semana foi uma montanha russa. Muita ansiedade no início, algumas horas de calmaria e um dia muito difícil no final do D3 - eu não conseguia parar de chorar, tipo incontrolável mesmo.
Pior, que isso aconteceu em público! Tudo bem que estava numa célula, mas não sou íntima das pessoas que frequentam e a maioria não sabe do que eu estou passando.
Acabei não ficando para o jantar porque o choro não passava de jeito nenhum.

E por que isso? Bem, durante todos esses dias, tenho tentado fortalecer a minha fé e entender que Deus sempre tem os melhores planos pra nossa vida. E sei, tenho plena consciência disso, que os planos Dele nem sempre são iguais aos nossos, tenho vivido isso mensalmente há 1 ano e sete meses exatamente. E pensar na idéia de um Deus maravilhoso, mas que nesse momento não acha que eu devo ser mãe, me desespera! E daí o choro.

Todos os dias que paro para rezar, repito a mesma frase: "Deus, que seus planos coincidam com os meus." Eu amo esses bebezinhos como se eles já existissem. Incrível, né? Na verdade, eu já amo "meus filhos" antes mesmo deles virem parar aqui dentro da minha barriga, é um amor por algo que nunca existiu que só quem passa por isso é capaz de sentir.

O D4 e D5 passaram mais calmos, sem choro. Trabalhando bastante, distraindo a cabeça e me permitindo me sentir um pouquinho mãe. Não sei se isso é bom ou ruim, mas o máximo que pode acontecer, é eu voltar a estaca zero, ou seja, não grávida. Então, prefiro curtir esses momentos me imaginando mãe.

Eu tenho mania de salvar todas as fotos de decoração que gosto, mesmo sem a menor intenção de mudar alguma coisa na minha casa. E sempre salvei decorações de quartos de bebês, até que há alguns meses, resolvi apagar tudo, porque sentia que aquilo era uma ilusão. E quinta, me dei ao direito de pesquisar decorações. Precipitado? Provavelmente. Mas eu não comprei nada, nunca na vida. Apesar de morrer de vontade de comprar alguma coisa de bebê desde que comecei essa vida de tentante, nunca me achei no direito de fazer isso. E continuo não achando, mas salvar fotos no computador e imaginar um futuro, não faz mal a ninguém. E distraiu a minha noite, me trouxe um sorriso no rosto e ajudou a renovar minhas esperanças.

Sobre sintomas: até queria ter alguns, mas não tenho quase nada. O que notei nitidamente (e o marido também viu claramente) é que a minha barriga aumentou, mas lá embaixo, no baixo ventre mesmo. Eu sempre tive barriga negativa, sou bem magrinha mesmo, e essa semana, surgiu um "calombo" na altura do meu útero, que vai até as laterais, como uma faixa mais alta no pé da barriga. Pode ser da progesterona e do estradiol, mas eu já tomei antes e isso nunca aconteceu. Meus seios estão grandes, mas pararam de doer (acho que era o efeito das medicações da indução mesmo) e só ontem comecei a senti-los um pouco mais sensíveis. E acho que estou fazendo muito mais xixi. Hoje acordei às 4:30 pra ir ao banheiro, depois levantei às 8.30 e fui novamente ao banheiro e de lá pra cá já fui mais 3 vezes. Já li que o normal é ir cerca de 7x ao dia, então 5x só no período da manhã pode ser considerado aumento, né?

Vou confessar: eu fiz dois testes de gravidez, no D4 e no D5, que obviamente deram negativo. Eu sei que é impossível ter um positivo nesse estágio, mas sei lá, sempre espero um milagre pra acalmar meu coração. No D4 nada nada, no D5, eu criei uma linha fantasma que nem se eu forçar muito, consigo mostrar pra alguém! hahaha... Sério, as vezes acho que eu não bato muito bem.
Hoje estava louca pra fazer outro, mas o marido está em casa e ele é super contra eu fazer um teste até a data estipulada pelo médico. Força, só mais 3 dias (Vou fazer no D9 porque D10 é dia 12, que é feriado, nenhum laboratório aberto aqui).

Logo dou notícias. Espero que sejam boas.





05/10/2016

D3

Hoje completo 72h de transferência. Que acredito ter dois bebêzinhos aqui dentro, que rezo todos os dias para que colem no meu útero e não saiam nunca mais.

Confesso que esses dias tem sido muito muito difíceis.

Voltei a trabalhar na segunda, meu D1, à tarde e fui até às 19h. Adoro meu trabalho, ajuda o dia a passr mais rápido, mas ao mesmo tempo fico sempre me perguntando se repouso não seria melhor. E a resposta do meu médico é sempre "Relaxe, repouso não é mesmo necessário".

Ontem trabalhei o dia todo mesmo, com pequenas cirurgias durante a manhã, alguns procedimentos à tarde, então não fiquei só sentada. Hoje me dei o luxo de trabalhar só pela manhã e tirar a tarde livre, porque quinta e sexta serão dias bem pesados, de muito trabalho (e muito tempo em pé).

Mas daí tento me lembrar de algumas coisas:

1- Pela posição do nosso útero, quando estamos em pé, ele fica horizontal e quando deitamos, ele fica na vertical. Ou seja, em pé meus embriõezinhos ficam mais confortáveis e mais presos ao meu útero do que quando estou deitada.

2- A movimentação aumenta a circulação sanguínea, isso garante um maior afluxo de sangue e nutrientes para o meu útero.

3- Minha melhor amiga fez uma trilha no meio do mato em dia de chuva (comigo junto!) quando provavelmente já estava grávida e não sabia. E hoje, a bebê dela tem 3 meses cheia de saúde!

4- Segundo meu médico, embriões são resistentes à gravidade.

Comecei um plano de leitura da Bíblia e estou gostando muito. Escolhi um para iniciantes, que é examente o que eu sou. Tudo o que eu sei/sabia, foi de quando fiz catequese há uns 25 anos atrás. E resolvi que se quero fortalecer minha relação com Jesus e Deus, preciso estudar. E dica pra quem acha que a Bíblia é muito difícil de ser lida, como eu achava: compre a Bíblia de Estudo Despertar. Peguei a da minha mãe emprestada (acabou virando um presente no final das contas) e ela é extremamente simples, com resumos e observações que facilitam o entendimento.

Na sexta, senti que era Deus falando comigo, por mais louco e absurdo que isso pareça a alguns.  Eu leio o que o plano me propõe, não escolho aleatoriamente. E qual era o assunto da minha primeira leitura? Zacarias e Isabel, o casal que não podia ter filhos e já era idoso demais para isso. Mas Zacarias recebeu um anjo que disse exatamente assim: " Não tenha medo Zacarias, pois Deus ouviu a sua oração! Sua esposa vai ter um filho e você porá nele o nome de João". Juro que me emocionei e só tive coragem de contar pra pessoas que me amam mesmo e se emocionaram junto comigo... Claro que não falei pra mais ninguem, mas o anonimato desse blog faz com que a gente consiga falar tudo, né? Então, meu filho tem nome: Ele ele se chamará João (provavelmente João Pedro). E se vierem 2, o outro será Lucas, pois essa passagem se dá em Lucas 1.

Claro que tudo isso pode ser forçação de barra da minha mente fértil e louca pra ter um filho. Mas, até que prove o contrário, estou grávida dos meus meninos. E prefiro ter fé que tudo vai dar certo, do que ir acreditando que pode mesmo dar errado.

O medo e ansiedade continuam batendo aqui. Acordo mil vezes durante a noite pensando sempre no mesmo assunto, e isso é difícil de controlar. O máximo que posso fazer, é continuar rezando e pedindo a Deus que dessa vez Sua vontade seja a mesma que a minha, porque sei que a Dele deve sempre prevalecer.

E os sintomas? Praticamente nada. Meu seios desicharam, a barriga persiste maior do que o meu normal, sinto às vezes mínimas cólicas e algumas pontadas. E só. Passo boa parte do dia sem sentir absoutamente nada e não sei se isso é bom ou ruim. Mas lendo relatos de meninas que tiveram seus positivos, boa parte não sentiu nada, então vou interpretar como bom sinal.

A única coisa diferente mesmo foram as tonturas, que estavam bem intensas ontem. Mas atribui ao fato de ter parado o antidepressivo...

Logo volto com mais notícias.
Um beijo e uma boa quarta-feira.


03/10/2016

O pós imediato

Eu achei que estivesse bem controlada, na minha ansiedade. Quando o médico me disse, exatamente após a transferência que essa seria minha fase mais difícil, disse pra ele que achava que não. Afinal, minha indução foi marcada por risco de cancelamento, resultado de um cariótipo alterado no meio do caminho, decisão de fazer ou não PGD e no final, risco de nenhum embrião evoluir para D5. Então, o que poderia me causar mais ansiedade do que isso?

Mas o fato, é que ele estava certo. A indução é dinâmica, você está sempre esperando um novo US, que demora no máximo 3-4 dias. A atual, é desesperadora, porque daqui, até o beta, eu só posso esperar.

Ontem mil coisas passaram a me afligir: estar com a bexiga cheia demais, fazer xixi, fazer o número 2 (!), ficar em pé, ficar estressada. E o medo de os embriões simplesmente escorregarem?
E o risco de praticamente não ter feito repouso?

Claro que não fiz nenhum esforço muito grande. O máximo, foi ficar em pé por alguns minutos na fila pra pegar comida! Mas li tantos e tantos depoimentos de mulheres que ficam na cama até o resultado do beta... Gente, eu jamais conseguiria fazer isso!

Hoje vou trabalhar à tarde. Desmarquei pacientes da manhã, por precaução, mas não tenho como me afastar mais dias do trabalho, afinal, se não trabalho, não ganho. E passo a maior parte do tempo sentada, que é o mesmo que faria se estivesse em casa (e estou fazendo nesse exato instante...).

O marido foi embora pela manhã. Me deu um beijo, beijou minha barriga e disse tchau "pros nossos meninos". Isso porque a vida toda tivemos certeza que teríamos filhos homens e nesse momento não está sendo muito diferente...

Vou continuar rezando, pedindo a Deus que me conceda essa benção e que me dê paz para aguentar todos esses dias...

Também vou tentar fazer jejum de redes sociais e foruns de FIV. Passo o tempo todo buscando informações e isso está acabando comigo! Volto aqui no blog e só, por uns dias.

Um beijo e uma semana abençoada pra todas.