29/08/2016

Um novo começo

Quarta-feira passada tive um dos dias mais tristes dessa minha história de tentante.
A idéia era ir a uma célula evangélica com a minha sogra, pra conhecer uma pessoa que iria me auxiliar a lidar com os meus sentimentos, mas com o tanto que eu chorava, seria impossível sair de casa.
Então, minha sogra fez um propósito: rezar comigo todos os dias por uma semana e eu deveria ir ao culto no domingo.

E assim tem sido. Logo no dia seguinte (sexta), senti uma diferença incrível. Não chorei, tive um bom dia de trabalho e me mantive calma e positiva o dia todo. 
Esse fim de semana uma parte da família que mora fora esteve aqui, pude curtir todo mundo e mais ainda minha sobrinha, por quem sou apaixonada.

Também trabalhei no sábado durante o dia e foi realmente um dia abençoado, em que tudo correu bem.
Ontem fui ao culto.

E o que posso dizer desses dias? Ouvir a minha sogra falando de Deus e ontem os pastores, é bem diferente do que eu tenho sentido. Nesse momento sinto que a Doutrina Espírita tem me confundido e contribuído para a minha tristeza, porque segundo ela, meu sofrimento é o caminho para a minha evolução e talvez não ter filhos nessa vida, seja uma forma de me redimir por erros de uma vida passada, o que me desespera absurdamente!

Apesar de acreditar em reencarnação, que temos história e vidas passadas, não consigo imaginar um Deus que concorde que alguém deva sofrer pra se tornar uma pessoa melhor. Não acredito que Deus tenha plantado em mim esse desejo tão absurdo de ser mãe, se meu destino é não ter filhos nessa vida. 

E por isso, as palavras de que Deus só quer o nosso bem e jamais quer o nosso sofrimento, que eu tenho ouvido diariamente nesses últimos dias, tem me feito tão bem. Principalmente: ouvir que tudo vai dar certo, faz meu coração se sentir em paz.
 
Posso dizer, que há 4 dias comecei uma nova etapa, de entrega a Deus. Apesar de todo medo, me sinto mais confiante pra dizer que serei mãe.

Hoje passei com o médico para definir todo meu trajeto desse mês, que inicio meu processo de FIV. Pra minha surpresa e dele, meus ovários tem um bom tamanho e alguns vários folículos (pelo que eu vi, pelo menos 3 de cada lado), que estão bem pequenos por conta do anticoncepcional. Ele disse que esperava algo bem pior para alguém que apresentou um FSH de 15 e ficou positivamente surpreso. 
De qualquer forma, manteremos doses altas de medicação, mas com esperança de termos mais do que 1 ou 2 folículos, que era a idéia inicial.

Dia 06 paro o anticoncepcional e dia 11 inicio a indução. E tenho fé que Deus andará ao meu lado todos os dias, confortando meu coração e abençoando meus ovários e meu útero. 

E assim eu começo uma nova fase da minha vida: de fé e esperança.


25/08/2016

Essa semana tive uma intercorrência durante um procedimento no trabalho.
Está evoluindo tudo bem, mas foi algo potencialmente grave.
Chorei uma noite toda, depois de claro, fazer tudo o que era necessário para minimizar os danos.

E assim começou a minha semana, logo na segunda feira.
Na terça consegui ter o dia livre, porque sou autônoma e terça é um dia que não trabalho pra ninguém (porque trabalho em 3 locais diferentes...) e tinha zero condições de trabalhar.
Na quarta, voltei à ativa, mas acho que ainda não era hora... Porém, além de chateada, não vai dar certo se eu também não puder pagar as contas...
Conclusão: caí aos prantos no meio do dia, em pleno horário de trabalho.

Eu sou bem fechada e raramente choro com alguém. Choro pouquíssimo com o meu marido, porque ele se retrai e se afasta quando eu choro e acho que a pessoa que mais me viu chorar foi a minha mãe. Não choro com amigos e muito menos com conhecidos. Não gosto de mostrar meu lado frágil e acho até que isso é ruim, porque as pessoas não se preocupam muito comigo, porque deduzem que eu sei lidar muito bem com os problemas. Até a psicóloga que eu tentei fazer terapia achava isso.

Mas ontem eu não consegui me controlar.
O dia passou e quando cheguei em casa, só piorou. Tive uma crise incontrolável de choro, que durou algumas horas.

Eu estou tomando anticoncepcional há exatos 15 dias e permaneci menstruada todo esse período. No início era um spotting, que evoluiu com um fluxo de menstruação, vermelho vivo, em moderada quantidade. O médico disse que iria diminuir, mas se estivesse me incomodando, sugeriu dobrar a dose da pílula. O fato é que não diminuiu e há 4 dias passei a tomar dois comprimidos ao dia. E o fluxo continuou...
Ontem questionei o que fazer e ele disse então pra eu parar, dar a pausa de 7 dias, reiniciar com outra pílula e parar dia 14 para começar a indução dia 19. O detalhe é que desde que passei com ele, em junho, eu me programei para fazer a coleta e e implantação entre o dia 19 e dia 30. Tirei férias, fechei agenda, avisei no local que precisa de 60 dias de antecedência. E ele simplesmente esqueceu desse fato.
Liguei no final do dia e expliquei pela 5a vez (contadas) a situação, que preciso estar livre para viagens (porque a coleta e implantação é feita em SP) e me organizei para ter as duas últimas semanas de setembro livres. Ou seja, dia 19 é pra eu estar terminando a indução e não iniciando!
Conclusão: ele disse pra manter a pílula, que vai rever a agenda e me avisa. Segunda tenho consulta e  aí descubro qual vai ser a decisão dele.

Pra completar uma das minhas melhores amigas (são bem poucas, a outra já teve bebê) me contou que está grávida. Começou dizendo que me amava, que eu era super importante na vida dela, que eu precisava ter fé em Deus e que tinha muito receio de me contar por conta de tudo que eu estou passando, mas que precisava me contar...


Estou clinicamente deprimida. Só tenho vontade de chorar e o ceú pra mim permanece cinza, independente do sol mais brilhante que tiver.

Continuo fazendo tudo todos os dias, não posso parar de viver, mas parece que aqui dentro, nada mais funciona.

Não sei como continuar.

20/08/2016

Um segundo de cada vez

Há muito tempo tenho tentado fazer o exercício de viver um dia de cada vez, mas recentemente percebi que na minha vida, devo levar um segundo de cada vez, tamanha a rapidez que as coisas e meus sentimentos mudam.

Ontem, ao trocar e-mails com uma outra tentante que conheci por causa do blog, me peguei relendo tudo o que eu tinha escrito e pensando "poxa, estou evoluindo, aceitando melhor os fatos". E estava saindo do trabalho pensando nisso, com um sentimento bom.

Mas 10 minutos depois, recebi uma mensagem de uma amiga contando da descoberta da gravidez. Na hora, nem me senti abalada, acho que fiquei mesmo foi anestesiada. E liguei para o marido, que respondeu "nossa, como ela é sortuda" (parou o anticoncepcional há 1 mês...). E eu respondi "todo mundo é sortudo" e a forma como ele completou foi o que realmente me abalou: "menos a gente...".

Meu marido é uma pessoa super positiva e logo depois continuou dizendo que somos muitos sortudos em muitas outras coisas, mas essa foi uma frase super espontânea, que ele não pensou antes de dizer. Não é  a cara dele reclamar.

Só que aquilo acabou comigo. E eu tentei disfarçar de todos os jeitos, não toquei no assunto a noite toda, mas foi o suficiente pra me fazer questionar tudo outra vez. E mais uma vez eu vi o quanto tudo isso está abalando nosso relacionamento, porque ele se manteve frio e distante, que é o que ele faz quando está triste.

Eu não sei ser uma pessoa resignada. Não consigo aceitar que Deus deseje o meu sofrimento como forma de evolução, porque isso me parece cruel e na minha cabeça e no meu coração, Deus é bom, Deus é amor.
O que eu vivo hoje, está longe de ser bom. Não aceito que eu deva sofrer tanto pra me tornar uma pessoa melhor. Eu não sou perfeita, longe disso, mas sou correta, honesta, fiel, trabalhadora e boa para todas as pessoas ao meu redor. Tenho me policiado muito para não criticar a vida alheia, para ser uma boa filha e uma boa irmã. Amo meu marido e me dedico ao máximo ao nosso casamento.

Todas as pessoas ao meu redor estão grávidas ou tiveram seus filhos recentemente. Amigas, esposas dos amigos, colegas de trabalho, cunhada... Sem nenhum esforço, como o milagre da vida deve acontecer.

Não dou conta de viver assim.


17/08/2016

Contagem regressiva

Eu não sei ao certo quando vou iniciar a minha indução.
Me organizei para ter folga no trabalho no final de setembro, então o médico irá calcular a partir daí.
Tenho consulta dia 29 para definir toda a estratégia, medicações, programação.

Durante esse quase 1 ano e meio de tentativas, eu programei e reprogramei a minha vida um milhão de vezes. Programei que iria esperar até o último minuto para decidir o vestido que seria madrinha de casamento em setembro, porque precisava saber de quanto tempo estaria para saber se a barriga caberia no vestido. Programei que não poderia ir para o nordeste em março (que acabou virando maio), porque com essa onda de Zika, seria arriscar demais e eu passaria a viagem toda tensa, afinal, na minha cabeça eu estaria grávida nas férias.
Programei também não comprar passagem para nenhum dos diversos casamentos que tenho esse ano, porque não sei como estará a minha situação até lá.

Também já vi o filme do meu teste positivo e de como contarei/contaria para o marido, família, amigos, muito mais de um milhão de vezes. Passei meses literalmente sonhando com diversos testes com duas listras e acordando triste e frustrada por ser só mais um sonho.

Acreditei de verdade que a cirurgia espiritural poderia dar certo e logo logo estaria anunciando a minha gravidez.

Nada disso aconteceu.

Ontem cheguei a conclusão de que a maior dificuldade disso tudo pra mim é aceitar que nem tudo na vida pode ser controlado.

Toda a minha trajetória profissional foi longa, complicada e difícil. Mas dependia de mim - da minha dedicação, do meu estudo, do meu esforço. Meus últimos vários anos foram focados nisso, e apesar de eu ter rezado muito e pedido ajuda a Deus pra concretizar todos os meus sonhos, eu me sentia merecedora porque sempre me esforcei demais.

Mas hoje, me sinto perdida, incapaz, frágil e vulnerável. Sempre me julguei alguém com muita fé e confiança em Deus, mas durante toda essa minha trajetória, vi que eu ainda preciso confiar muito mais. Que o tanto que eu entrego à Ele não é suficiente para trazer paz para o meu coração e a minha vida. Só que não sei como fazer isso.

Às vezes me imagino recebendo o milagre de uma gravidez natural e pensando "quando eu mais duvidei da bondade de Deus, ele me provou que sempre esteve ao meu lado". Mas sei que Deus se mostra pra quem já crê e não ao contrário. Ou seja, a minha falta de fé, O afasta cada vez mais de mim e da minha vida.

Como mudar isso? Como acalmar meu coração e me apegar mais ao amor de Deus?

Se alguém souber como me ajudar, estou totalmente aberta!
Um beijo,


14/08/2016

Começando de novo

Semana passada, depois do exame positivo, ainda repeti um por dia, até me convencerem a fazer o beta e vir negativo, claro.

Passei uma semana difícil. Praticamente sem conversar com o marido e isso torna minha vida mais triste ainda.

Conversei com o médico que fará minha FIV e ele orientou que eu iniciasse um anticoncepcional, para poder calcular o início da minha indução em setembro. E assim eu fiz, estou hoje no 5o dia do anticoncepcional... Que eu não tomava há 6 anos, porque um mês antes de casar, eu coloquei o DIU de mirena e só tirei porque queria engravidar... Quanto desperdício! Mal sabia eu que com ou sem DIU essa gravidez não iria acontecer naturalmente mesmo...

Com o passar dos dias, a tristeza foi dando lugar a um sentimento de conformismo. Não sei nem se essa palavra existe, mas acho que é a que melhor expressa o que eu estou sentindo agora.

Agora, começa uma nova etapa, que venho planejando e adiando desde março, quando fiz a primeira HSG e me mostrou trompas obstruídas... Depois ainda veio o diagnóstico de baixa reserva, a peregrinação por vários médicos, até a decisão, em junho, de iniciar a FIV em setembro.

Vou aproveitar esse mês para fazer tudo que não podia (ou não conseguia) porque sempre tinha a esperança de estar grávida. Botox, peeling, luz pulsada, CO2 nas estrias, luzes no cabelo. Usar todos os cremes possíveis pra controlar essa minha acne chata, que me acompanha desde sempre e piorou quando tirei o DIU.
Pela primeira vez, em 16 meses, não vou checar colo do útero, muco, não vou usar TOs, já guardei o termômetro que estava me acompanhando diariamente na cabeceira da cama. Vou viver como uma pessoa normal, de 33 anos, sem filhos.

E vou me preparando pra etapa mais difícil dessa minha vida de tentate, que se inicia no próximo mês.

Um beijo grande e boa semana pra todas!


08/08/2016

Hoje eu quero chorar

Hoje eu queria poder ficar em casa e chorar à vontade. Não me preocupada com o rosto inchado ou a maquiagem borrada.

Ontem, no meu 9 (ou 10DPO), meu colo subiu, fechado, macio, temperatura ainda alta e saiu uma raia de sangue marrom junto com o muco cremoso.

Eu, que sou a pessoa mais ansiosa desse mundo, comprei um teste de gravidez.
Um não, dois, porque vai que um dá positivo, preciso do segundo pra confirmar...

Um deu uma linha que só meus olhos foram capazes de enxergar.
Mas o outro, um confirme compact, deu positivo.

E eu vou colocar a foto aqui, pra ninguém achar que foi coisa da minha cabeça.
Ele deu POSITIVO. Claro, não foi a linha mais forte desse mundo, mas estava lá, nítida, nada de linha fantasma.

Como não foi a primeira urina da manhã, corri comprar outro pra fazer hoje cedo.
Que claro, deu negativo. Nada, zero, nenhuma listrinha, nem a sombra pros meus olhos que enxergam o que não existem.

Não aguento mais essa vida. Não aguento mais um negativo atrás do outro, não aguento mais rezar, não aguento mais pedir a Deus que me abençoe, que me permita ser mãe. DE fazer tratamentos alternativos, de tomar os remédios pós cirurgia espiritural, vitamina de inhame com abacaxi, ácido fólico, coenzima Q10, vitamina D, medir temperatura, calcular período fértil... Todos os dias, uma rotina sem fim. Mas que simplesmente não funciona.

Certos períodos da minha vida eu questiono a minha fé. Hoje é um desses dias.


06/08/2016

Lidando com o luto

Todos os meses quando me descubro não grávida, sinto uma tristeza absurda. Choro, fico mal, demoro alguns dias pra me recuperar.
Quando contei isso pra minha ginecologista (e confesso, foi quando eu estava meio dopada após a sedação para a histeroscopia) ela me respondeu: "é como um luto". E é isso que eu sinto, exatamente. Uma perda de algo que ainda não existe, mas na minha cabeça deveria existir há tanto tempo!

Como é possível sentir esse desejo e esse amor por algo que nunca vimos e nem sabemos se seremos capazes de ver?

Esse mês acho que estou lidando melhor com  a fase de tristeza do ciclo. Tenho altos e baixos, mas no geral, posso dizer que esse mês fiquei no meio do caminho. Ainda passo todo meu período livre buscando informações sobre gravidez, fiv e afins, mas tenho me sentido menos arrasada e mais esperançosa. Quando percebo que não será dessa vez, que não tenho nenhum sintoma de gravidez após mais de 1 semana da ovulação, o coração aperta e o nó na garganta aparece. Mas passa... E eu volto a lembrar que mês que já é o mês da minha fiv, que eu tenho um útero lindo, alguns poucos óvulos que se Deus quiser serão perfeitos, os espermatozóides do marido são ótimos e a minha fé se renova.

Eu já li diversas e diversas histórias de mulheres que tentaram múltiplas vezes. Claro que nenhuma delas começou pensando que não aconteceria de primeira, mas independente disso, praticamente todas conseguiram seu final feliz. Até hoje, de todos os relatos, li apenas dois de mulheres que realmente desistiram da maternidade por meio de uma gestação: uma não pode mais tomar hormônios por um problema de saúde e por isso não pode mais realizar a FIV e uma que depois de 3 FIVs resolveu desistir e partir pra adoção.

Definitivamente não sei qual será o meu limite, o meu momento de dizer chega, isso não é pra mim. Talvez nunca.
O que eu mais vejo, são mulheres que insistiram e hoje tem seu pacotinho tão amado nos braços. Sei que Deus não quer o sofrimento de ninguém, que Ele não é cruel, mas às vezes nós precisamos passar por essa dificuldade toda como forma de amadurecimento.

Há algum tempo passei a ficar muito triste com algumas coisas que aprendi frequentando o centro espírita, porque na forma como foi falada, eu deveria aceitar a condição que Deus me deu nessa vida, pois a resignação é o caminho para a evolução.
Mas recentemente, após questionar muito e meu marido me mandar estudar, porque não era nada disso, li no Evangelho Segundo o Espiritismo algo que acalmou demais meu coração:

"As provas têm por objetivo exercitar a inteligência, assim como a paciência e a resignação; um homem pode nascer numa posição penosa e difícil, precisamente para obrigá-lo a procurar meios de vencer as dificuldades. O mérito consiste em suportar sem lamentações as consequências dos males que não podem evitar, em perseverar na luta..."

Ou seja, minha evolução está no caminho e não no final da minha história.

E estou me esforçando para isso. Aceitar que esse é o caminho que Deus trilhou pra mim, mas que com o meu esforço, um dia todo esse sofrimento terá ficado para trás.

Um beijo e bom fim de semana para todas!

03/08/2016

Dias mais difíceis

Meu ciclo não se divide entre fase folicular e lútea. Ele se divide basicamente entre: fase esperançosa e fase de tristeza.
Antes de eu ovular, até poucos dias após a ovulação eu me mantenho animada.
Quando vai chegando mais perto do período da menstruação, que eu não tenho nenhum sintoma de gravidez, meu colo do útero vai baixando e ficando endurecido, eu evoluo pra fase da tristeza.

Hoje fui na médica pegar o resultado da minha histeroscopia.
Segundo ela, meu útero é lindo, de livro. Parede e formato perfeitos. Biópsia compatível com a fase do ciclo, nada alterado. Ou seja, perfeito para abrigar um embrião.

Mas pra variar, nada é tão bom assim na minha vida: as minhas trompas não são pérvias mesmo e o soro não penetrou.

Eu já sabia disso, depois de duas HSG mostrando que elas não são legais (apesar de uma ser pérvia), mas depois da cirurgia espiritual, eu tinha alguma esperança disso ter se modificado.
Nesse centro eles explicam que eles tem a capacidade de remover algo errado, mas não de criar algo que não existe. Ou seja, corrigir trompas obstruídas seria possível, me devolver folículos que já não existem não. Mas no caso, não deu certo. Meu FSH melhorou, caiu de 15 para 7.95, porém isso não quer dizer muita coisa com um AMH de 0,77 e as trompas, que eram o foco de verdade, permanecem inalteradas, Aparentemente a minha cirurgia não deu certo...

E eu tenho clara certeza de que engravidar naturalmente seria mais fácil do que ter bons óvulos numa FIV, então, o problema das trompas realmente atrapalha muito!

Pensando que ovulo todos os meses, se tivesse trompas OK, provavelmente já teria engravidado. Eu acho isso e o especialista que irá fazer minha FIV também acha.

Mas quando eu resolvi com Deus como seria a minha situação nessa encarnação, decidi que um problema só não seria suficiente pra minha evolução, então tinha que complicar bastante!

Tenho visitado sempre uma amigona que ganhou bebê há quase 1 mês (e que não teve nenhuma dificuldade). Fico muito feliz por ela, a bebê é linda e saudável e me sinto bem na presença dela, mas saio de lá com o coração tão apertado e uma vontade maior ainda de viver tudo aquilo.

Quero sentir esse amor incondicional, quero sentir meu coração fora do peito e não sentir que meu coração está partido como sinto todos os meses desde que comecei a tentar engravidar.

Eu me esforço todos os meses, mas alguns dias, não consigo não achar essa vida extremamente injusta.


02/08/2016

E a vida segue...

Semana passada foi meu período fértil. Consegui pegar a data da ovulação direitinho com mudança de muco, teste de ovulação e pelo primeiro mês, também medi a temperatura basal, que bateu direitinho (queda logo após, pra subir depois de 48 horas).
Incrível como o corpo é perfeito. Se eu não tivesse um milhão de problemas, com certeza já teria engravidado, porque com todo esse tempo de tentativas, aprendi a conhecer todos os detalhes do meu corpo e do meu ciclo.
Mas infelizmente, por aqui, o problema é bem maior do que só desconhecer meus dias mais férteis.

Estou no 4o DPO. Na verdade o Fertility Friend mudou hoje para o 3o DPO, mas eu acredito que ovulei na sexta e não no sábado como ele resolveu interpretar. Mas ok, que seja.
Namoramos moderadamente, só até sexta, porque sábado viajamos e estávamos exaustos... Todo mês insisto muito no período fértil, tentamos ter relação todos os dias e nunca deu em nada. Então, pelo menos dessa vez, sabendo que as chances são mínimas, resolvi não pressionar e deixar acontecer.
Quem sabe assim dê certo? Aqui, a esperança é a última que morre.

Continuo fazendo o tratamento espiritual (que inclui "remédios" naturais até que o problema seja resolvido), rezando muito, tomando inhame batido pela manhã e depois da ovulação acrescentei abacaxi ao suco matinal.
A massagem da fertilidade fiz até antes da ovulação, como tinha lido que seria adequado.

E agora estou na espera. Vou tentar fazer diferente e não testar nenhuma vez até que passe do 13o DPO (porque essa é a duração da minha fase lútea). Todos os meses eu começo a testar no 10o, e claro, só gastei dinheiro com um milhão de testes diferentes... Então, vou tentar me controlar todos os dias e esperar um (quase impossível de acontecer) atraso.

Se nada acontecer, como é mais provável, começo a contar os dias pra iniciar a minha indução. E continuo rezando, muito, pra que Deus me permita ser mãe.

Um beijo,