27/12/2016

2016 - um ano pra ser esquecido!

Esse título está como um rascunho de post há quase 1 mês.
Mas começo a escrever e travo.

2016 foi um ano muito ruim.
Incrível que eu esperei tanto esse ano chegar... Tinha tantos planos e tanta esperança de um ano lindo, cheio de amor, de realizações.
E nada deu certo. Nada.

Eu contei os minutos pra 2016. Porque esperava estar em casa, com meu marido, grávida, evoluindo profissionalmente e nada disso aconteceu.

O marido mudou. O filho não veio. A profissão não deslanchou.

A tristeza desse ano não me fez uma pessoa melhor. Me fez mais triste, mais amargurada.

E 2017 começa assim: sem grandes esperanças, com muito sofrimento e um aperto gigantesco no peito.

Será que um dia isso vai passar?

14/12/2016

Não consegui pensar num título para esse post.

A vida aqui continua, sem grandes novidades.

A maior delas é que finalizamos o processo para dar entrada na adoção, mas agora aguardamos sermos habilitados.
Depois da habilitação, demora alguns anos até encontrarem uma criança compatível, então, agora é só esperar. Literalmente.

Passei em consulta com a Dra. Daniella semana passada e resolvi sem dúvida nenhuma, fazer a próxima FIV com ela. Achei até que daria pra começar esse mês, mas a Huntington fecha entre o Natal e o Ano Novo...
Nesse ciclo minha menstruação adiantou uma semana, o que inicialmente me deixou super feliz e animada, achando que poderia iniciar a indução. Mas acabou que ficou pra janeiro mesmo.
O combinado é que posso iniciar a indução e os primeiros US por aqui e depois, lá pelo 8-9o dia, vou pra SP e fico até a coleta.
Depois preparamos o endométrio no próximo ciclo para a trasnferência, isto é, se eu tiver blastos aprovados após PGD.
Caso contrário, farei nova indução até conseguir pelo menos dois blastos aprovados. Ou considero o plano B, recepção de óvulos.

Tenho andado mais calma, mas mesmo assim não é fácil ver o mundo ao seu redor engravidando e você sem muita perspectiva. Depois de 19 ciclos, sendo que desses só 4 não fui tentante, acho que minha chance de engravidar naturalmente é quase nula. E não poder começar a FIV agora tbém me agonia bastante, parece que estou só deixando a vida passar, sem fazer nada.

Ás vezes me pergunto se rezo errado. Se não sei pedir. Mas aprendi a ser bem específica e ultimamente tenho detalhado exatamente o que eu quero: engravidar com os meus óvulos, ter uma gestação tranquila e um parto saudável e ter um bebê perfeito no meu colo ao final de tudo. Dá pra ser mais específica do que isso?
Tem dias que me sinto só mais cansada mesmo. De nada ser fácil, de ter que lutar e me esforçar por cada coisa na minha vida, mais ainda nesse momento.

Queria ter sorte, engravidar numa namorada do fim de semana, fazer um teste e ver as duas linhas, contar pra família toda logo sem medo. Queria me sentir completa, mulher completa. Mas me sinto pela metade, como se um pedaço importante de mim não funcionasse.

A essa altura da minha vida, esperava tudo muito diferente. Marido ao meu lado, sucesso profissional, pelo menos um filho me acordando durante a noite.
No final, o marido está longe, a profissão caminha a passos lentos e o bebê não veio.
Que 2017 seja bem diferente.


29/11/2016

Enfrentando a dor

Algumas coisas mudaram nesse período que fiquei longe do blog.

1. Comecei a fazer terapia. Encontrei uma psicóloga legal, que trabalha com terapia comportamental, que achei a linha mais adequada pro meu caso, porque eu simplesmente preciso desfocar de FIV e filhos. Só fui em 2 sessões, mas gostei. Ela fazer perguntas, questiona, me faz pensar. Espero que me traga resultados.

2. Eu tive uma semana inteira de felicidade. Sim, 7 dias de férias, desligada de FIV, sem o coração doer a cada minuto que pensava que não tenho filhos. Ao contrário, pela primeira vez em muito tempo, vi que não ter filhos tem lá seus benefícios - como ir nas montanhas russas mais horrorosas dos parques ou dormir literalmente a hora que o sono vem.
Fizemos uma viagem linda, feliz, animada. Me fez lembrar de como eu era feliz antes de toda essa história de (não) gravidez. Que a vida vai além de filhos, apesar de eu só conseguir enxergar isso.
Voltei com ânimo e força pra enfrentar a minha realidade. Se eu passei a considerar viver sem filhos? Jamais. Só aceitei que talvez demore muito mais do que eu esperava e que terei que encontrar formas de viver feliz até lá.

3. Demos entrada no processo de adoção. Marido fez o curso e hoje entreguei todos os documentos no fórum. Agora é aguardar estarmos habilitados.
Questionei sobre o tempo que demora após a habilitação: 3-4 anos. É tempo... Mas, o tempo vai passar de qualquer forma, então me resta esperar.

4. Marquei consulta com a Dra Daniella Castellotti e o Dr. Julio Voget, mas estou na dúvida se vou ou desmarco a consulta com o Dr. Júlio. O que pesa muito é que ele tem valores mais legais pra quem tem baixa reserva e precisa de mais de uma indução. Mas eu gostei demais da Dra Daniella e senti desde o primeiro momento que deveria fazer com ela... Acabei mudando de idéia pela facilidade em fazer quase tudo na minha cidade, mas acho que deveria tentar pelo menos uma vez com ela pra não me arrepender depois.
As consultas são na segunda feira, até sexta eu decido.
De qualquer forma, pretendo reiniciar meu tratamento ainda esse ano. Não sei se eles iniciariam uma indução entre Natal e Ano Novo, mas eu espero que sim, porque não quero perder muito mais tempo.


E é isso. Tenho visto tantas novidades boas nos blogs que sigo, espero de coração ter as minhas próprias pra contas logo logo!

Um beijo,


09/11/2016

Quando o Mundo Cai ao Meu Redor

Quando o Mundo Cai ao Meu Redor
Disseste que nunca me deixaria
Disseste que a vida me abalaria
Disseste que no mundo eu teria aflições
Mas eu sei
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão, encontro abrigo em Ti
Segura-me, segura em minhas mãos
Segura em minhas mãos
Quando eu vejo
Quando eu vejo a escuridão da noite
Quando eu vejo a tragédia vindo sobre mim
Mesmo assim eu descanso em Teus braços de amor
Pois eu sei
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão encontro abrigo em Ti
Segura-me, segura em minhas mãos
O choro dura uma noite
Mas quando o dia vem o sol, e ele vem
As tempestades virão
Mas sobre a morte Ele venceu
Ele venceu!
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão encontro abrigo em Ti
Segura-me
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão encontro abrigo em Ti
Segura-me, segura em minhas mãos
Segura em minhas mãos
Se ele vem, ele vem, ele vem, ele segura
Ele vem, ele vem, ele vem e me segura
Segura-me, segura-me
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim, pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão encontro abrigo
Abrigo so em Ti, segura-me, segura em minhas mãos
Segura na minhas mãos, segura na minhas mãos

08/11/2016

Não é fácil

Eu já tentei escrever aqui 4x. Não foi "umas 4x", foram 4x. E apaguei em todas as vezes.
Talvez apague essa também.

Acontece que eu me sinto quase uma bipolar. Tem períodos que acho que ficarei forte e conseguirei passar por tudo isso como uma pessoa normal. Mas em outros, sinto que estou afundando e não sei onde me segurar pra que isso não aconteça.

Mas olha só, eu não fico na cama, nem passo os dias chorando. Eu vivo. Assim, não sei o quanto eu vivo... Eu me mantenho viva, talvez seja a melhor forma de explicar como estou seguindo.

Eu acordo todos os dias, arrumo meu cabelo, passo maquiagem, coloco uma roupa bonitinha e sigo bem apresentável pro meu trabalho. Não estou comendo horrores, não engordei e nem deixei de ser vaidosa.
Lá permaneço o dia todo, sempre vendo whatsapp (grupo de FIV!) e pesquisando coisas sobre a FIV no intervalo.

O dia passa, eu volto pra casa e continuo fazendo as mesmas coisas: lendo sobre FIV.
O marido volta na sexta, saímos pra comer, visitamos a sogra e a minha mãe, e assim passa o fim de semana. Domingo vamos ao culto, eu me dou o direito de chorar um pouco e fica por isso mesmo. Claro, nos intervalos das programações, eu pesquiso sobre FIV.

Ou seja, eu me arrasto, cumpro todas as obrigações, mas estou longe de sentir qualquer tipo de felicidade. Eu vivo pensando em gravidez, me entristecendo com as milhares de grávidas por aí, imaginando que talvez eu nunca seja uma delas e programando a minha próxima tentativa.

Nada faz mais sentido e nada consegue me deixar verdadeiramente feliz. Me tornei uma pessoa triste.

Em duas semanas tiraremos 1 semana de férias. Espero que me ajude, que me distraia, tire o foco (pelo menos por 1 semana!) da gravidez. Programei uma viagem sem pausas, sem tempo pra relaxar, pra estar com a cabeça cheia o tempo todo. Porque o que eu preciso é relaxar e distrair a mente e não o corpo!

Voltei a tomar antidepressivo. Comecei com dose bem baixinha, pra aumentar daqui uns dias. Até o marido, que odeia remédios, falou da forma mais delicada possível que achava que eu precisava...

E assim eu sigo. Triste, sem saber o que fazer, sem saber como continuar, mas continuando, né?



31/10/2016

Quando as coisas não saem como a gente espera

Hoje foi um dia corrido, cansativo e estressante.

O trabalho foi tudo bem, por mais corrido que seja, é meio que minha válvula de escape, lá eu relaxo, distraio e não sou a infértil (como me sinto todos os outros momentos da vida).

Hoje fiz mais um US e o resultado não foi muito animador. Estou prestes a ovular, folículo com 17,5mm do lado esquerdo. Além do lado ser "o ruim", meu endométrio não cresceu nada. Eu confesso que fui meio displiscente esse fim de semana. Tomei primogyna e não usei o estradiol vaginal e nem consumi inhame. Na minha cabeça, o primogyna daria conta. E não deu...


É triste concluir que nada funciona muito bem aqui dentro. Os ovários, as trompas, o útero. Tudo é meio disfuncional.

Então, continuarei nas tentativas, mas sem grandes esperanças. Esse provavelmente não é o mês e nem ganharei isso de presente de aniversário.

Ainda tive um pequeno estresse com o meu pai e com o marido. Difícil.

E hoje é só segunda feira! =(


29/10/2016

Resumo da semana

Essa semana passei num médico pra avaliar a possibilidade de fazer uma videolaparoscopia. Foi da minha cabeça, nenhum médico achou que valia a pena, porque devido à minha baixa reserva, não compensaria ficar tentando naturalmente. E me indicaram direto a FIV.

Mas, com um resultado negativo e a prova de que FIV não é garantia de nada, não custa buscar TAMBÉM outras alternativas. Digo também porque tenho plena noção que não posso fazer isso pra sempre, mas por alguns meses, até me estabilizar emocionalmente de novo, vale à pena.

Ele viu todos os meu exames, foi bem tranquilo. É um médico um pouco "diferente" (pra não dizer estranho) da minha cidade, mas foi uma boa surpresa. Ele é atualizado e apesar de não ser especialista em reprodução assistida, sabe muito sobre infertilidade. Disse que acha que compensa fazer a video, mas principalmente como método diagnóstico. Como é realizada com anestesia geral, tem zero chances de eu fazer um espasmo, então dá pra ver exatamente se ela é pérvia ou não. E claro, melhorar caso tenha alguma aderência tornando-as menos móveis. 
Deixei claro que não quero limpeza geral. Se por alguma surpresa for descoberto que tenho múltiplos focos de endometriose, incluindo no ovário, é pra deixar tudo lá, porque não posso me dar ao luxo de perder mais função ovariana. Não creio que isso vá acontecer, mas melhor deixar garantido. 

O marido não quer que eu faça isso. Acha desnecessário e anda com uma fé absurda que vai acontecer de qualquer forma, sem mais exames tão invasivos. Esse mês quero arriscar mesmo com as trompas do jeito que estão e mês que vem tiraremos uma semana de férias justamente na melhor semana pra realizar o exame. Então, teremos 2 meses naturais mesmo. Se tudo der errado, faço a vídeo em dezembro.

Esse mês eu resolvi fazer tudo por conta própria - ok, me julguem, mas eu tenho conhecimento pra isso e não estou fazendo nada que já não foi feito antes com indicação médica. Estou usando creme de estradiol e primogyna 2 mg/dia para tentar melhorar meu endométrio. Estou controlando a TB, fazendo TOs e também controle de ovulação com US. No primeiro, no 12o dia, tinha um folículo dominante à esquerda - que é a trompa "desconhecida", ou seja, não sei se ele tem como sair de lá ou não! Rs... Endométrio com 5,5mm na sua maior espessura. Ruizinho, mas nesse período, já tive endométrio de 3,2mm! Como ainda demoro alguns dias pra ovular, tranquilo, acho que consigo trabalhar mais esse endométrio. 

E até lá, vamos treinando... Eu resolvi tentar não voltar com o antidepressivo e senti uma mudança grande. Na libido, mas principalmente na sensibilidade. É como se o antidepressivo meio que anestesiasse tudo, me fizesse sentir menos o tato. 

Também continuo trabalhando muito a minha fé. Fiz um propósito de ler a Bíblia todos os dias por 50 dias (além de jejum de doces...) e meu marido está fazendo também. Tenho ido à célula e ao culto aos domingos...

Ainda me mantenho afastada das amigas e colegas grávidas, mas acho que é o melhor nesse momento, pra manter a minha sanidade mental. Não preciso de mais tortura do que a que eu mesma faço comigo... 

Hoje é meu 14 dia do ciclo. E seja o que Deus literalmente quiser. =)

Beijos,

26/10/2016

Eu tenho tentado sorrir!

Depois do último post no blog, eu ainda chorei muito. Como meu coração sabia e meu corpo me dizia, meu beta HCG foi negativo. Fiz no dia seguinte mesmo, no D8, mesmo com a indicação de fazer só no D10. E quando vi o resultado, <1,2 que é a referência mínima do laboratório, eu senti como se eu tivesse saído do meu corpo e estivesse olhando aquela situação de longe, sem conseguir fazer absolutamente nada, completamente impotente.
E sim, eu repeti no D11, só pra falar para o médico que tinha solicitado e ler uma mensagem de whatsapp "Sinto pelo seu negativo".

Chorei litros por muitos dias. Litros.

Esse ano foi o ano da minha vida em que mais fiz 2 coisas: exames e chorar. Bati recordes de uma vida inteira em exames de sangue e em todos os outros tipos diferentes que possam existir. Também bati recordes e poderia entrar no Guiness em volume de lágrimas.

Na mesma semana em que tive meu negativo, tinha planejado um encontro de casais de uma Igreja que tenho frequentado, que na verdade era mais pra convencer meus pais (que vivem um casamento complicadíssimo, se é que ainda é um casamento) a irem. Mas eles decidiram não ir e nós fomos.
Decidi ir pelo simples fato de ter um fim de semana longe de internet e com o tempo e a cabeça cheios de outro assunto.

E foi lindo. Voltei me sentindo renovada e achando que era capaz de enfrentar o mundo porque Deus está do meu lado.
Mas dois dias depois, vi que não é bem assim: a última amiga (que ainda não estava grávida) contou que está grávida. Assim, com mensagem do teste no grupo, avisando "Oi Titios, estou chegando". Ok, tenho que dar um desconto pra ela: eu nunca contei sobre a FIV. Mas ela sabe da minha tristeza, das minhas tentativas e julgou que naquele momento a felicidade dela era maior do que qualquer sofrimento que eu esteja vivendo. E se ofendeu e entristeceu porque eu não liguei pra parabenizá-la.
Seguindo o conselho do meu marido, tentei ser um ser melhor. Não é porque ela julgou que a felicidade dela era muito mais importante do que qualquer coisa, que eu devo achar que meu sofrimento é o maior. Mandei mensagem pedindo desculpas por não ter ligado, por estar afastada e disse que estou vivendo um momento difícil e delicado, que no futuro pretendo explicar.

E por isso, eu passei alguns dias derramando mais alguns litros em lágrimas.

Não saímos mais juntos, não liguei e ficou por isso mesmo. Por melhor que eu esteja, não acho que me submeter a momentos de tortura ouvindo uma recém grávida falar sobre sua situação vá me trazer qualquer benefício.

A maior surpresa desse percurso tão esburacado da minha vida, tem sido meu marido. De uns tempo pra cá, ele tem estado ao meu lado em todos os momentos. Nem que seja pra me abraçar e ficar do meu lado, quieto, enquanto eu choro. Nos reconectamos muito e eu estou me esforçando pra voltar a ser a esposa e não só a "eterna futura mãe dos seus filhos". Optei por não voltar aos antidepressivos pra melhorar minha libido e minha Bíblia e as orações estão sendo minha terapia atual.

Decidimos dar um tempo na FIV e recomeçaremos em fevereiro. Eu preciso desse tempo. Antes do negativo, achava que iria querer tentar no mês seguinte se não desse certo a primeira! Mas o baque foi tão grande, que pensar em passar pela mesma dor de novo tão cedo me aterroriza. Então, até lá, tentaremos naturalmente. Vamos namorar bastante, voltei a controlar a TB, comprei testes de ovulação e aquele lubrificante conceive plus, que diz ajudar os espermatozóides a subirem! =)

Tenho alguns outros planos, mas com os dias vou contando.
Um beijo,

09/10/2016

D7 - e o mundo desabou

Hoje chorei sem parar das 5 da manhã ao meio dia. Realmente achei que fosse morrer de chorar ou de tristeza.

Ontem eu fiz o teste que tanto queria. Fiz escondido do marido, mas apareceu uma listrinha mínima (tinha menos de 3 horas do último xixi), bem clarinha, mas estava lá. Não consegui me conter e contei para o marido, que foi bem taxativo em dizer que pra ele não tinha nada. Na hora fiquei chateada, gostaria de um comentário mais incentivador, mas passou.
Só que aquilo fez com que eu tivesse uma segurança maior, uma esperança maior ainda de ver a listrinha escurecendo... E comprei outro teste, outro cleablue e um de outra marca pra garantir, porque na minha cabeça, iria aparecer uma nova listrinha, clarinha, mas nem tanto, mas pra tirar a dúvida eu faria da outra marca, pra ter certeza que era um positivo mesmo.

Só que isso ficou só na minha imaginação. Hoje, não tinha nenhuma listrinha. Nada, zero, teste completamente negativo. Fiz com a primeira urina da manhã, que foi às 4:40 da manhã porque acordei apertada (eu tenho feito muito xixi, mas acho que deve ser psicológico, porque gravidez aparentemente não é). E aí, esse resultado.

Chorei compulsivamente como se o mundo fosse acabar, por horas e horas e horas. Incontrolável. Uma tristeza sem fim, um aperto no peito e sim, uma vontade de morrer pra não sentir mais essa dor.

Com as horas eu fui acalmando, o rosto desinchando e sim, uma mínima esperança voltando.

Se eu não tivesse visto aquela listrinha no D6, não me abalaria tanto com um negativo hoje. Acontece que isso indica que se em algum momento estava sendo liberado HCG, agora não está mais. Se uma implantação estava ocorrendo, ela parou de evoluir...

Minha única esperança é que o primeiro teste não fosse realmente positivo. Eu já vi linhas fantasmas em outros clearblues e se procurar na internet, tem um milhao de relatos de mulheres que tiveram o teste clearblue positivo (não o digital) e o beta era negativo. Eu já vivi isso, mais de uma vez.
E se ontem não era positivo, tudo bem se o de hoje também não for. Ainda é meu D7, e o médico me disse pra fazer o beta somente no D10.

Mas no fundo, eu sei que simplesmente não deu. Não estou grávida, não tem meus bebês aqui dentro. Não tem mais nada aqui dentro.

Hoje não fui ao culto e minha conversa com Deus não foi das melhores. Eu não entendo os caminhos Dele. Não entendo porque eu ainda preciso sofrer tanto, porque a vontade Dele não pode coincidir com a minha e porque todo meu choro ainda não foi suficiente. Estou tentando pensar que Deus sabe o melhor pra mim, da mesma forma que meus pais sabiam quando eu era mais nova e mesmo assim eu brigava, chorava e achava tudo a maior injustiça do mundo. Um dia, talvez eu veja que Ele estava certo, tinha seus motivos. Mas hoje, eu só consigo pensar que não acordar amanhã seria a solução de todo meu sofrimento. Meu coração está despedaçado e eu não imagino passar dias e dias sentindo essa dor.

Ainda farei o beta essa semana e passo aqui pra contar. Mas meu coração já sabe o resultado.


08/10/2016

D6

Essa semana foi uma montanha russa. Muita ansiedade no início, algumas horas de calmaria e um dia muito difícil no final do D3 - eu não conseguia parar de chorar, tipo incontrolável mesmo.
Pior, que isso aconteceu em público! Tudo bem que estava numa célula, mas não sou íntima das pessoas que frequentam e a maioria não sabe do que eu estou passando.
Acabei não ficando para o jantar porque o choro não passava de jeito nenhum.

E por que isso? Bem, durante todos esses dias, tenho tentado fortalecer a minha fé e entender que Deus sempre tem os melhores planos pra nossa vida. E sei, tenho plena consciência disso, que os planos Dele nem sempre são iguais aos nossos, tenho vivido isso mensalmente há 1 ano e sete meses exatamente. E pensar na idéia de um Deus maravilhoso, mas que nesse momento não acha que eu devo ser mãe, me desespera! E daí o choro.

Todos os dias que paro para rezar, repito a mesma frase: "Deus, que seus planos coincidam com os meus." Eu amo esses bebezinhos como se eles já existissem. Incrível, né? Na verdade, eu já amo "meus filhos" antes mesmo deles virem parar aqui dentro da minha barriga, é um amor por algo que nunca existiu que só quem passa por isso é capaz de sentir.

O D4 e D5 passaram mais calmos, sem choro. Trabalhando bastante, distraindo a cabeça e me permitindo me sentir um pouquinho mãe. Não sei se isso é bom ou ruim, mas o máximo que pode acontecer, é eu voltar a estaca zero, ou seja, não grávida. Então, prefiro curtir esses momentos me imaginando mãe.

Eu tenho mania de salvar todas as fotos de decoração que gosto, mesmo sem a menor intenção de mudar alguma coisa na minha casa. E sempre salvei decorações de quartos de bebês, até que há alguns meses, resolvi apagar tudo, porque sentia que aquilo era uma ilusão. E quinta, me dei ao direito de pesquisar decorações. Precipitado? Provavelmente. Mas eu não comprei nada, nunca na vida. Apesar de morrer de vontade de comprar alguma coisa de bebê desde que comecei essa vida de tentante, nunca me achei no direito de fazer isso. E continuo não achando, mas salvar fotos no computador e imaginar um futuro, não faz mal a ninguém. E distraiu a minha noite, me trouxe um sorriso no rosto e ajudou a renovar minhas esperanças.

Sobre sintomas: até queria ter alguns, mas não tenho quase nada. O que notei nitidamente (e o marido também viu claramente) é que a minha barriga aumentou, mas lá embaixo, no baixo ventre mesmo. Eu sempre tive barriga negativa, sou bem magrinha mesmo, e essa semana, surgiu um "calombo" na altura do meu útero, que vai até as laterais, como uma faixa mais alta no pé da barriga. Pode ser da progesterona e do estradiol, mas eu já tomei antes e isso nunca aconteceu. Meus seios estão grandes, mas pararam de doer (acho que era o efeito das medicações da indução mesmo) e só ontem comecei a senti-los um pouco mais sensíveis. E acho que estou fazendo muito mais xixi. Hoje acordei às 4:30 pra ir ao banheiro, depois levantei às 8.30 e fui novamente ao banheiro e de lá pra cá já fui mais 3 vezes. Já li que o normal é ir cerca de 7x ao dia, então 5x só no período da manhã pode ser considerado aumento, né?

Vou confessar: eu fiz dois testes de gravidez, no D4 e no D5, que obviamente deram negativo. Eu sei que é impossível ter um positivo nesse estágio, mas sei lá, sempre espero um milagre pra acalmar meu coração. No D4 nada nada, no D5, eu criei uma linha fantasma que nem se eu forçar muito, consigo mostrar pra alguém! hahaha... Sério, as vezes acho que eu não bato muito bem.
Hoje estava louca pra fazer outro, mas o marido está em casa e ele é super contra eu fazer um teste até a data estipulada pelo médico. Força, só mais 3 dias (Vou fazer no D9 porque D10 é dia 12, que é feriado, nenhum laboratório aberto aqui).

Logo dou notícias. Espero que sejam boas.





05/10/2016

D3

Hoje completo 72h de transferência. Que acredito ter dois bebêzinhos aqui dentro, que rezo todos os dias para que colem no meu útero e não saiam nunca mais.

Confesso que esses dias tem sido muito muito difíceis.

Voltei a trabalhar na segunda, meu D1, à tarde e fui até às 19h. Adoro meu trabalho, ajuda o dia a passr mais rápido, mas ao mesmo tempo fico sempre me perguntando se repouso não seria melhor. E a resposta do meu médico é sempre "Relaxe, repouso não é mesmo necessário".

Ontem trabalhei o dia todo mesmo, com pequenas cirurgias durante a manhã, alguns procedimentos à tarde, então não fiquei só sentada. Hoje me dei o luxo de trabalhar só pela manhã e tirar a tarde livre, porque quinta e sexta serão dias bem pesados, de muito trabalho (e muito tempo em pé).

Mas daí tento me lembrar de algumas coisas:

1- Pela posição do nosso útero, quando estamos em pé, ele fica horizontal e quando deitamos, ele fica na vertical. Ou seja, em pé meus embriõezinhos ficam mais confortáveis e mais presos ao meu útero do que quando estou deitada.

2- A movimentação aumenta a circulação sanguínea, isso garante um maior afluxo de sangue e nutrientes para o meu útero.

3- Minha melhor amiga fez uma trilha no meio do mato em dia de chuva (comigo junto!) quando provavelmente já estava grávida e não sabia. E hoje, a bebê dela tem 3 meses cheia de saúde!

4- Segundo meu médico, embriões são resistentes à gravidade.

Comecei um plano de leitura da Bíblia e estou gostando muito. Escolhi um para iniciantes, que é examente o que eu sou. Tudo o que eu sei/sabia, foi de quando fiz catequese há uns 25 anos atrás. E resolvi que se quero fortalecer minha relação com Jesus e Deus, preciso estudar. E dica pra quem acha que a Bíblia é muito difícil de ser lida, como eu achava: compre a Bíblia de Estudo Despertar. Peguei a da minha mãe emprestada (acabou virando um presente no final das contas) e ela é extremamente simples, com resumos e observações que facilitam o entendimento.

Na sexta, senti que era Deus falando comigo, por mais louco e absurdo que isso pareça a alguns.  Eu leio o que o plano me propõe, não escolho aleatoriamente. E qual era o assunto da minha primeira leitura? Zacarias e Isabel, o casal que não podia ter filhos e já era idoso demais para isso. Mas Zacarias recebeu um anjo que disse exatamente assim: " Não tenha medo Zacarias, pois Deus ouviu a sua oração! Sua esposa vai ter um filho e você porá nele o nome de João". Juro que me emocionei e só tive coragem de contar pra pessoas que me amam mesmo e se emocionaram junto comigo... Claro que não falei pra mais ninguem, mas o anonimato desse blog faz com que a gente consiga falar tudo, né? Então, meu filho tem nome: Ele ele se chamará João (provavelmente João Pedro). E se vierem 2, o outro será Lucas, pois essa passagem se dá em Lucas 1.

Claro que tudo isso pode ser forçação de barra da minha mente fértil e louca pra ter um filho. Mas, até que prove o contrário, estou grávida dos meus meninos. E prefiro ter fé que tudo vai dar certo, do que ir acreditando que pode mesmo dar errado.

O medo e ansiedade continuam batendo aqui. Acordo mil vezes durante a noite pensando sempre no mesmo assunto, e isso é difícil de controlar. O máximo que posso fazer, é continuar rezando e pedindo a Deus que dessa vez Sua vontade seja a mesma que a minha, porque sei que a Dele deve sempre prevalecer.

E os sintomas? Praticamente nada. Meu seios desicharam, a barriga persiste maior do que o meu normal, sinto às vezes mínimas cólicas e algumas pontadas. E só. Passo boa parte do dia sem sentir absoutamente nada e não sei se isso é bom ou ruim. Mas lendo relatos de meninas que tiveram seus positivos, boa parte não sentiu nada, então vou interpretar como bom sinal.

A única coisa diferente mesmo foram as tonturas, que estavam bem intensas ontem. Mas atribui ao fato de ter parado o antidepressivo...

Logo volto com mais notícias.
Um beijo e uma boa quarta-feira.


03/10/2016

O pós imediato

Eu achei que estivesse bem controlada, na minha ansiedade. Quando o médico me disse, exatamente após a transferência que essa seria minha fase mais difícil, disse pra ele que achava que não. Afinal, minha indução foi marcada por risco de cancelamento, resultado de um cariótipo alterado no meio do caminho, decisão de fazer ou não PGD e no final, risco de nenhum embrião evoluir para D5. Então, o que poderia me causar mais ansiedade do que isso?

Mas o fato, é que ele estava certo. A indução é dinâmica, você está sempre esperando um novo US, que demora no máximo 3-4 dias. A atual, é desesperadora, porque daqui, até o beta, eu só posso esperar.

Ontem mil coisas passaram a me afligir: estar com a bexiga cheia demais, fazer xixi, fazer o número 2 (!), ficar em pé, ficar estressada. E o medo de os embriões simplesmente escorregarem?
E o risco de praticamente não ter feito repouso?

Claro que não fiz nenhum esforço muito grande. O máximo, foi ficar em pé por alguns minutos na fila pra pegar comida! Mas li tantos e tantos depoimentos de mulheres que ficam na cama até o resultado do beta... Gente, eu jamais conseguiria fazer isso!

Hoje vou trabalhar à tarde. Desmarquei pacientes da manhã, por precaução, mas não tenho como me afastar mais dias do trabalho, afinal, se não trabalho, não ganho. E passo a maior parte do tempo sentada, que é o mesmo que faria se estivesse em casa (e estou fazendo nesse exato instante...).

O marido foi embora pela manhã. Me deu um beijo, beijou minha barriga e disse tchau "pros nossos meninos". Isso porque a vida toda tivemos certeza que teríamos filhos homens e nesse momento não está sendo muito diferente...

Vou continuar rezando, pedindo a Deus que me conceda essa benção e que me dê paz para aguentar todos esses dias...

Também vou tentar fazer jejum de redes sociais e foruns de FIV. Passo o tempo todo buscando informações e isso está acabando comigo! Volto aqui no blog e só, por uns dias.

Um beijo e uma semana abençoada pra todas.

29/09/2016

O pior dia

Desde que comecei a FIV, achei que eu passei muito bem. Praticamente zero efeitos colaterais e um nível bem controlado de ansiedade.

Mas hoje, tudo apareceu.
Minha barriga está enorme, estou com gases, meu intestino não está funcionando muito e bem e a pior parte: meu seio está enorme e doendo muito! Incomoda até pra andar... E eu nem implantei nada!!

Como eu tirei a semana de folga, hoje resolvi ir no centro da cidade matar um pouquinho de tempo e foi horrível! Tontura, mal estar...

Voltei e me joguei no sofá.

A ansiedade hoje está me matando. O médico me ligou e disse que dos 5 embriões, 4 estão ótimos e 1 mais ou menos. Se permanecerem assim até amanhã, ele quer deixar até D5. Ah, legal, né? Tirando a realidade cruel, que ele fez questão de me lembrar: nada garante que eu terei embriões no D5. E o medo de ter 4 lindos do D3 e nenhum no D5? Estou praticamente em pânico.

O marido está longe, não tenho nada pra fazer e o tempo simplesmente não passa. O medo e ansiedade aumentam mais a cada minuto e eu não sei o que fazer.
Assisti todos os videos no youtube, atualizei a página do e-familytnet um milhão de vezes, publiquei na comunidade de FIV no FB (mas a publicação ainda está pendente), fui em cada um dos blogs de tentante que eu sigo e pra terminar, estou aqui. Basicamente desabafando e tentando fazer o tempo passar.

Queria pedir pra alguém orar comigo, mas eu optei por não compartilhar nada com ninguém (só meus pais, sogra e minha funcionária/segunda mãe sabem), então não tem ninguém nem pra dividir essa angústia comigo.

Amanhã mando notícias. Torçam muito por mim, e pelos meus 5 bebêzinhos (que pra mim já são meus filhos!).

ATUALIZANDO: Falei com o médico agora pela manhã - os embriões continuam crescendo da mesma maneira, 4 ótimos e 1 mais ou menos. Decidimos arriscar chegar até blasto. Vou confiar em Deus, que tem me surpreendido em todas as situações, da maneira mais improvável e quando a medicina me mostra que não vai dar certo, Ele vai lá e faz o contrário. E que continue assim,

28/09/2016

Punção

Ontem foi minha punção. Fomos para SP na segunda à noite, dormimos por lá (e por sorte pudemos levantar tarde, já que tinha que manter jejum até 12.10).

O procedimento é feito com sedação - e eu dormi bem rápido, não vi nada. Acordei logo depois, com a sensação que tinha sido feito tudo muito rápido, e foi. Acho que também porque não tinha tantos óvulos assim pra aspirar.

No total, foram aspirados 6 óvulos. Fiquei feliz com o resultado, marido também ficou. Não sei quantos estarão maduros, nem quantos irão fertilizar, mas pra um número inicial, de quem corria o risco de não ter nenhum, até que está bem bom.

ATUALIZANDO: O MÉDICO ME MANDOU MENSAGEM --> 5 EMBRIÕES! TÃO FELIZ!

Fiquei na clínica menos de 2h - tempo pro marido fazer a coleta dele, tomar um café, melhorar da sonolência e ir embora. Tive bastante dor de cabeça e um pouco de náusea após, que durou cerca de 1h e passou. A sonolência persistiu mais algumas horas... E final do dia já estávamos em casa.

Hoje persisto com dor no pé da barriga, mas que já estava antes e muitos gases. Essa é a parte que incomoda.

Estou louca pra mandar mensagem pro médico pedindo atualizações - a programação é transferir sexta se poucos óvulos ou domingo (arriscar chegar a blasto), se estiverem bons e com número razoável. Desistimos mesmo da PGD, aqui será triagem natural... =)

Permaneço ansiosa, mas feliz, tentando me manter confiante. Não sei o que o futuro me aguarda, mas até lá, prefiro confiar em Deus (ao invés de dizer que terei pensamento positivo) e crer que Ele só quer o meu bem. Depois, caso dê errado, lido com as consequências.

Aprendi, nesse percurso todo, que mais do que me punir por qualquer erro em vidas passadas, Deus quis trabalhar a minha fé. Desde o começo desse blog digo que não consigo ter aquela fé que me traga paz e nesse exato instante, eu tenho essa fé. Então, no fim das contas, já tenho saldo posiito.

Um beijo,


24/09/2016

14o dia

Hoje fiz o 5o US, com meu médico mesmo, que está na minha cidade esse fim de semana.

Punção marcada: terça, dia 27 de setembro. A implantação será sexta ou domingo - dependendo da quantidade e qualidade dos óvulos, decidiremos se deixamos crescer até blastocisto ou implantamos com 3 dias. Já decidimos que não faremos PGD. Posso mudar de idéia caso tenha muuuitos óvulos, o que provavelmente não será o caso, então, até que prove o contrário, sem PGD, a triagem será feita mesmo por Deus.

Li bastante a respeito do mosaico de Turner, que é o que eu tenho. Meu maior risco é desenvolver uma criança com Síndrome de Turner, o que seria triste. Porém, li que apenas 1% das gestações com fetos com a sídrome evoluem, ou seja, 99% evolui para aborto. E como a minha chance de transmissão é de 20%, conto com esses 80% de embriões normais pra ter o meu bebê!

E hoje, o US foi uma surpresa. 5 folículos de bom tamanho, 3 com chance e 2 pequenininhos que acho mesmo que não chegam.

Resultados do dia:
Endométrio: 8,2mm
Ovário Direito: 17,5/17/14,5/13,5/11
Esquerdo: 18,5/17,5/16,5/14/11,5

Ou seja, surgiram folículos sei lá de onde, que não pareciam existir inicialmente. Lógico que nem todos serão óvulos, mas a resposta final foi infinitamente melhor do que a esperada, que começou com risco até de cancelamento de ciclo!

Tenho que continuar vivendo um dia de cada vez. Claro que notícias positivas me deixam mais animada, mas mantenho bem os pés no chão e sei que nada é garantido...

Hoje última dose de Pergoveris, amanhã Orgalutran e Choriomon e segunda nada. Viajamos para São Paulo e seja (literalmente) o que Deus quiser.

Um beijo pra todas!


21/09/2016

11o dia de indução

Eu estou de folga hoje - fechei agenda do consultório porque ontem ou hoje deveria ser a data da punção, mas como não foi, me vi completamente sem nada pra fazer.
Fui pra cidade ao lado, visitar o marido. Fazer compras de supermercado, deixar frutas e legumes lavados, descascados e picados - eu não mimo demais, é só que nesse caso, faço pro marido não morrer de fome, porque ele realmente deixa de comer se não estiver tudo à frente dele e pronto. Ou, quando a fome aperta muito, acaba apelando pro McDonalds vários dias na semana.

Incrível que foi um dia extremamente feliz. O marido saiu cedo do trabalho, então ficamos quase o dia todo juntos (cheguei lá pro almoço). 
Eu realmente sou muito feliz no meu casamento, mas de 1 ano e meio pra cá, que foi quando começamos a tentar engravidar, as coisas não tem sido muito fáceis. Eu tenho uma tendência a deprimir, a sofrer por antecipação, a ser pessimista ao extremo. E quando as coisas foram dando errado, eu fui entristecendo... E nosso casamento foi ficando difícil. Não que tenha modificado o nosso amor, mas nos deixou um pouco mais afastados, compartilhando menos coisas, olhando menos um pro outro como marido e mulher.

Quando tiramos férias, achei que isso iria melhorar. Mas eu passei o tempo todo em crise porque só tinha mães com crianças pequenas ou grávidas e um dia todo chorando (no dia das mães!) porque eu não era uma delas. Depois ainda adoeci e fiquei muito mal os últimos 5 dias da viagem... Ou seja, romantismo zero. 

E ontem, eu lembrei como amo meu marido e como nós somos felizes. Sei que nada é perfeito e não ter um filho me abala demais... Mas preciso olhar pro lado bom da vida! 

Resumo do que eu tenho e amo muito:
1- Um marido lindo, trabalhador, honesto e fiel.
2- Duas cachorrinhas que são a minha vida!
3- Amor demais dos meus pais (eles são difíceis entre eles, mas são atenciosos e amorosos como pais)
4- Uma profissão que eu amo de paixão e me faz extremamente feliz
5- Bens materiais e estabilidade financeira
6- Uma funcionária que cuida de mim desde que eu era criança e eu amo como minha segunda mãe

Não é essa a ordem, mas fui colocando conforme fui lembrando.

Mas pra terminar, hoje fiz o 4o US.
E foram vistos: 3 foliculos maiores do lado esquerdo - 1 de 13 e 2 de 13,5
4 foliculos menores do lado direito: 1 de 12, 1 de 10 e 2 de 8.

Ou seja, todos crescendo. Torcendo muito pra que tenha 5 bons! 
Recebi uma ligação do médico, me orientando a acrescentar o orgalutran a partir de hoje e não esquecer de jeito nenhum o horário (meia noite - isso porque eu sempre durmo as 22.30 ou 23h). Também disse que nesse momento não há mais risco de ter um ciclo cancelado e que está tudo caminhando bem, dentro das minhas possibilidades. 

Agora é continuar com as medicações (1 picada a mais pra conta), meu inhame de cada dia e esperar até sábado, quando faço o US com ele.

Um beijo e uma ótima noite pra vocês. 

19/09/2016

Continuação

Hoje às 7:30 da manhã tive meu 3o US.
Passei o fim de semana bem, mas ansiosa, porque como a "Barriga Positiva" comentou, FIV é um dia de cada vez.
E o US hoje não me decepcionou.

Foram visualizados 7 folículos, sendo 2 melhores (11 e 10mm), 3 médios (8,5, 8 e 7,5mm) e 2 pequenos, que provavelmente não se tornarão óvulos (5 mm). O meu ovário esquerdo tem os melhores óvulos, mas o direito tem 4, porém menores.
Então tá, torcendo pra que esses 5 maiorzinhos se desenvolvam.

Meu ciclo será muito longo. Provavelmente 14 dias (hoje será o 9o dia de injeção, mas como tomo só à noite, até agora foram 8) e como o médico disse, os folículos estão crescendo muuuito lentamente.
Isso implica em duas coisas: mais picadas e MUITO mais dinheiro.

Eu já comecei com dose máxima, 300U de pergoveris por dia. Isso já fez o tratamento ficar caro de cara, mas prolongando pra 14 dias, passará muito do esperado para o valor de medicação.

Tenho mais 2 US (quarta e sexta) e à partir daí definiremos a data da coleta.

Tenho rezado, ido ao Culto aos domingos, participado de uma célula às quartas e tudo isso tem me ajudado muito. Por pior que eu fique nos momentos de dificuldade, penso sempre que DEus quer a minha felicidade e por isso, tudo dará certo.
Aprendi a diferença entre pensamento positivo e fé. E descobri que durante toda a minha vida eu só tive pensamento positivo: é acreditar que tudo dará certo porque eu fiz a minha parte. Já a fé, é acreditar que tudo dará certo porque Deus quer o meu melhor, sem que eu tenha qualquer controle sobre isso.
E é o que eu estou me esforçando diariamente para viver, a Fé. Acreditar que meu futuro é lindo, mesmo que eu não consiga interferir em nada no seu desenrolar.

Mando notícias na quarta. Até lá, mais picadas e muito inhame.

Um beijo,

17/09/2016

Andando na corda bamba

A sensação é essa mesma: qualquer errinho,  eu caio e tudo acaba.

Quinta-feira foi quase um funeral em casa. Fui fazer o US, um pouco ansiosa, mas confiante. Não que teria um milhão de óvulos, mas que estaria tudo certo.

E não foi bem assim. Eu tenho sim alguns folículos, não sei ao certo quantos, se 6 ou 7, se desenvolvendo, porém MUITO MUITO lentamente.

Tinha outros bem pequenininhos, com o mesmo padrão de quando fiz o US ainda menstruada e que nem foram medidos.

Eu, como uma "fivete" de primeira viagem, não achei que aquilo fosse um problema. Vi que o número não estava legal pra fazer PGD, mas ok, seja o que Deus quiser.

Só que o meu médico me ligou (tenho uma médica aqui, que me acompanhou ao US e passou as imagens para o médico da FIV) e disse exatamente assim: "não está legal, né? Não cresceram quase nada... Vamos esperar a próxima ultra, mas se continuar assim, cancelamos o ciclo." Oi? Acho que fui inocente demais, mas isso não tinha nem passado pela minha cabeça! O fato de estarem lentos, pra mim, indicava apenas mais gastos com medicações e um tempo mais longo de indução...

E assim eu passei longas 48 hora de sofrimento, com a quase certeza de que teria o ciclo cancelado. E pensei: se o primeiro ciclo já foi cancelado, acho que não tenho grandes chances no futuro...

Hoje repeti o US, com o mesmo médico do primeiro exame e a médica me acompanhando. Eu vi que os folículos estavam maiores - 3 do lado esquerdo e 4 do lado direito. Não sei as medidas exatas, mas sei que são bem pequenos, porém bem maiores do que no anterior.
Ela mandou as imagens pra ele e eu fiquei esperando.
Como ele não me ligou, mandei uma mensagem: "Oi Dr, acho que a Dra. mandou as imagens do exame de hoje. Estou ansiosa pra saber se vamos continuar!".
E 5 minutos depois ele me respondeu, acabando com o meu sofrimento (mesmo que seja só momentaneamente): "Eu vi. Pensei que ela já tivesse falado com você. Vamos continuar sim! Parece que começaram a crescer. Vai ser um ciclo mais longo, normalmente dura uns 10 dias. Mas acho que vai evoluir sim. Te vejo na 2a feira de manhã, mantenha os 300 de pergoveris."

Ufa! Que peso me tirou dos ombros, do coração... Claro que continuo ansiosa e ainda não posso ter certeza que tudo sairá como o esperado. Sei também que terei um gasto absurdo com medicações, mas tudo bem, é pra isso que eu trabalho tanto - pra realizar meus sonhos - e esse é o maior deles.

Sei que é ridículo, mas eu mudei duas coisas de quinta pra hoje (2 dias de indução): resolvi aplicar duas injeções, ao invés de diluir as duas ampolas em apenas 1 ml e comecei comer inhame. Eu não comi desde o primeiro dia porque fiquei com receio de atrapalhar o tratamento, mas se tudo já estava péssimo, pior não poderia ficar. Não sei se ajudou ou não, mas hoje comprei mais e já coloquei pra cozinhar! E continuarei com as duas picadinhas diárias...

Meu endométrio também está bem ruim, eu ainda estou com sangue dentro da cavidade, ou seja, minha menstruação ainda não acabou completamente e desse jeito impossível ele crescer. O que faz com que prolongar a indução seja uma boa coisa, assim, dá mais tempo dele crescer, já que a idéia é implantar neste mesmo ciclo.

Segunda mando notícias e torço (e Creio que Deus me ajudará) pra que sejam boas notícias.

Um beijo pras todas que acompanham a minha saga e muita fé que todas nós teremos nossos filhos nos braços num futuro não tão distante!


14/09/2016

4o dia

Comecei com a indução no domingo. 2 ampolas de Pergoveris, totalizando 300U de FSH e 150U de LH por dia. Meu médico disse que poderia diluir em apenas 1 ml de água destilada, então isso me rende apenas uma picada por dia, o que é bom.

Não que eu ligue pra injeções. Esse ano fiz tantos exames de sangue, que picadas já nem me incomodam mais.

Não sei se é assim com todo mundo, mas não sinto praticamente nada.

Sei que estou comendo um pouco mais, acho que é por conta da ansiedade e o fato de ficar sozinha em casa (não comentei isso aqui, mas no meio desse turbilhão de coisas, meu marido foi transferido pra uma cidade a 100km daqui e optamos por ele ficar lá durante a semana, porque ele entra às 7h e pegar estrada todos os dias às 6h da manhã com sono, seria muito arriscado).
De resto, sinto que estou um pouco mais inchada, seios maiores, aliança mais justa no dedo, acordo com mais olheiras e surgiram mais espinhas na testa.
Mas minha barriga está do mesmo tamanho, não sinto dor nenhuma (mal sinto a picada da agulha e o líquido entrando), meu humor permanece o mesmo...

Sei que ainda é cedo, mas serão poucos dias de indução e eu imaginava que ficaria muito pior.
Sempre li relatos de que o humor varia muito por conta das doses cavalares de hormônio e felizmente, o meu tem se mantido bem controladinho. Claro que ainda não abandonei o antidepressivo, jamais teria coragem nessa fase (pretendo reduzir e parar após a implantação).

Acho também que a minha calma atual vem da fé que estou tentando conquistar.
Estou tentando não pensar em quantos óvulos terei (o US é amanhã cedo), se será possível fazer PGD ou não. Sei que Deus sabe o melhor caminho, e defini junto com o meu marido, que se tiver poucos óvulos (2 ou 3), irei implantar com 3 dias  mesmo. E que claro, se tiver mais, arriscaremos tentar que evoluam para blastocistos para fazer  PGD.

Não sei como irei lidar caso tudo dê errado. Sei que essa possibilidade existe e é grande, mas nesse momento não quero pensar nisso. Deixo pra quando e SE for necessário sofrer.

Tenho focado nas palavras do geneticista, que disse que com as mutações mais improváveis e com mais chances de crianças sindrômicas, o sucesso veio nas pessoas mais tranquilas, que menos se despeseraram com os problemas que surgiram. Estou tentando agir assim. Estou confiando e tentando me manter calma diante das circunstâncias que a vida me deu.

Acredito de coração que serei mãe um dia. Espero que seja dessa vez.

Um beijo grande pra todas vocês que estão passando pelo menos que eu. Tenham força e muita fé que nosso sonho irá se realizar.


11/09/2016

"Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Depois do post animado sobre o último dia da pílula anticoncepcional, novas pedras surgiram no meu caminho.

O último exame que faltava o resultado, era o cariótipo. Lembro que quando descobri a baixa reserva, no meio das minhas pesquisas, brinquei com a minha mãe "Será que eu sou XY?", que claro, não tinha o menor fundamento!

Mas o cariótipo me trouxe algumas novidades um pouco menos chocantes (claro!), mas não muito animadoras.
O do meu marido é perfeitamente normal, porém o meu não. Apresento uma mutação em 5% das células analisadas, com perda do cromossomo X, ou seja, nessas células, sou 45X0. O restante, normal. Essa alteração é chamada Mosaico de Turner e quando em 100% das células, leva à chamada Síndrome de Turner, que definitivamente eu não tenho.

O que isso acarreta? Com certeza é a causa da minha baixa reserva ovariana, o que ok, explica algumas coisas. O problema maior, é o que poderia causar se um filho herdasse uma célula com essa "ausência do X" - a maior parte evolui para abortos, porém se não evoluir, pode ter a Síndrome de Turner.

Recebi a notícia (resultado) na quinta feira, passei um dia triste, desanimada e no sábado tive uma conversa com um geneticista, que também foi quem analisou meu cariótipo. O risto de transmissão dessa mutação é de 20%. Claro que se eu tivesse condições de uma gravidez natural, eu jamais consideraria FIV com PGD por isso, ainda mais que a maioria evolui com aborto (segundo o geneticista, isso ocorre em 98% dos casos!), que seria a própria seleção natural. Mas numa FIV, eu tenho que considerar isso.

Meu problema é: se eu tiver poucos embriões, a idéia inicial era implantar com 3 dias, pra garantir. Só que pra fazer PGD, tenho obrigatoriamente que esperar que esses embriões se transformem em blastocistos. Isso, já causa uma perda grande. Com o PGD, imagino uma perda de mais uns 60% (40% que perde normalmente + 20% por causa da minha alteração genética). Por conta disso, corro o risco de não ter embrião nenhum para implantar...

O geneticista aconselha que eu tente fazer PGD numa primeira ocasião. O médico da FIV, disse que é uma decisão pessoal. Meu marido acha desnecessário. Eu quero fazer.

Não porque eu tenha medo de uma criança sindrômia, mas mais porque se o embrião tiver alterações cromossômicas, provavelmente a gestação não irá pra frente.

Hoje começo a indução. Ainda não fiz a aplicação da medicação (Pergoveris, 2 ampolas de 150u), porque estou pensando no melhor horário, pra fazer diariamente.

O que posso fazer nesse tempo, é rezar muito. Rezar e pedir pra ter muitos folículos, que virem lindos embriões, que consigam chegar até 5 dias e sejam perfeitos após o PGD.

Ontem, após a conversa com o geneticista, incrivelmente, eu me acalmei. Não tem o que fazer, tenho que esperar, torcer. Não nego que inicialmente a tristeza foi grande, o questionamento de por que mais um problema, mais uma pedra no caminho, veio com força. Mas foi se tornando menor e a vontade de ser mãe e o pensamento de que só Deus tem as respostas acabou ocupado a maior parte desse lugar no meu coração.

Agora é começar com as medicações e esperar até 5a feira (primeira US) pra ver o que me aguarda!

07/09/2016

Dada a largada!

Ontem foi meu último dia da pílula.

Hoje não sei exatamente o que eu estou sentindo. Um misto de medo enorme e uma animação que esse pode ser o ciclo! Ciclo da minha vida, que irá me transformar em mãe... Só em pensar nessa idéia eu me arrepio e tenho vontade de chorar!

Faz 2 semanas que tenho me sentido mais calma e todas as vezes que chorei foi mais de emoção do que de tristeza. Tenho tentado confiar em Deus, porque afinal, sua vontade é "boa, agradável e perfeita". E visualizar o meu futuro: meu ventre cheio, de um ou dois bebezinhos, crescendo, sendo nutridos pelo meu sangue e meu amor. Não consigo imaginar maior felicidade do que essa.

Eu sempre digo que nunca senti uma felicidade absoluta. E ouvi que na verdade só irei sentir isso quando confiar plenamente em Deus. Talvez seja realmente isso, mas uma coisa está atrelada a outra: me sentir plena em Deus me dará meu maior sonho.

Na célula que fui semana passada, ouvi que não é errado buscar a Deus com segundas intenções. Não que seja exatamente meu caso, porque em primeiro lugar, estou buscando melhorar meu relacionamento com Deus pra ter paz. Mas claro que acredito que só confiando plenamente Nele eu conseguirei ser mãe, então sim, talvez eu tenha segundas inteções. E tudo bem.

O primeiro ultrassom eu fiz ainda tomando o anticoncepcional, que deu pra ver que tinha vários fólículos dos dois lados... O segundo está marcado para dia 15, que é o 5o dia de medicação. Pelo que li de relatos de outras meninas, me parece um pouco diferente, mas não vou questionar e vou confiar que o médico está buscando a melhor opção pra mim. Tomarei doses altas de medicação e torço pra ter muitos folículos!

Agora é esperar os dias passarem. =)

01/09/2016

Uma semana de paz

Hoje completo 1 semana de paz.
Foi a primeira semana, desde que tirei meu DIU, que dormi todas as noites e acordei todas as manhãs em paz.
Claro, tenho momentos de medo e um pouquinho de tristeza, mas logo penso que tudo dará certo e volto a me alegrar.

Eu tenho realmente focado em Deus. Acreditado que tudo o que Ele quer, é minha felicidade.
Não vou me culpar por algo que fiz em outra vida e me causou esses problemas atuais. Não vou tentar entender porque estou passando por isso e a vida é tão simples pra maioria das pessoas. Não vou questionar o que Deus espera com isso, ou SE Ele espera alguma coisa disso tudo.

Só tento pensar que isso tudo vai passar. Logo esse momento terá ficado pra trás e aí talvez eu serei capaz de entender os propósitos de Deus pra minha vida.

O que vejo hoje, é que só me entregando realmente a Deus, consigo viver bem.
Mas daquela forma que eu fazia quando era adolescente: de perto, como um pai, um amigo, alguém que não preciso de formalidades e nem de distância. Alguém que senta do meu lado, segura a minha mão, me abraça forte quando eu choro. Que acalma meu coração, guia meus pensamentos como ninguém mais é capaz de fazer.

Falta 5 dias de anticoncepcional.
Contando os segundos pra essa nova fase.
Um beijo,

29/08/2016

Um novo começo

Quarta-feira passada tive um dos dias mais tristes dessa minha história de tentante.
A idéia era ir a uma célula evangélica com a minha sogra, pra conhecer uma pessoa que iria me auxiliar a lidar com os meus sentimentos, mas com o tanto que eu chorava, seria impossível sair de casa.
Então, minha sogra fez um propósito: rezar comigo todos os dias por uma semana e eu deveria ir ao culto no domingo.

E assim tem sido. Logo no dia seguinte (sexta), senti uma diferença incrível. Não chorei, tive um bom dia de trabalho e me mantive calma e positiva o dia todo. 
Esse fim de semana uma parte da família que mora fora esteve aqui, pude curtir todo mundo e mais ainda minha sobrinha, por quem sou apaixonada.

Também trabalhei no sábado durante o dia e foi realmente um dia abençoado, em que tudo correu bem.
Ontem fui ao culto.

E o que posso dizer desses dias? Ouvir a minha sogra falando de Deus e ontem os pastores, é bem diferente do que eu tenho sentido. Nesse momento sinto que a Doutrina Espírita tem me confundido e contribuído para a minha tristeza, porque segundo ela, meu sofrimento é o caminho para a minha evolução e talvez não ter filhos nessa vida, seja uma forma de me redimir por erros de uma vida passada, o que me desespera absurdamente!

Apesar de acreditar em reencarnação, que temos história e vidas passadas, não consigo imaginar um Deus que concorde que alguém deva sofrer pra se tornar uma pessoa melhor. Não acredito que Deus tenha plantado em mim esse desejo tão absurdo de ser mãe, se meu destino é não ter filhos nessa vida. 

E por isso, as palavras de que Deus só quer o nosso bem e jamais quer o nosso sofrimento, que eu tenho ouvido diariamente nesses últimos dias, tem me feito tão bem. Principalmente: ouvir que tudo vai dar certo, faz meu coração se sentir em paz.
 
Posso dizer, que há 4 dias comecei uma nova etapa, de entrega a Deus. Apesar de todo medo, me sinto mais confiante pra dizer que serei mãe.

Hoje passei com o médico para definir todo meu trajeto desse mês, que inicio meu processo de FIV. Pra minha surpresa e dele, meus ovários tem um bom tamanho e alguns vários folículos (pelo que eu vi, pelo menos 3 de cada lado), que estão bem pequenos por conta do anticoncepcional. Ele disse que esperava algo bem pior para alguém que apresentou um FSH de 15 e ficou positivamente surpreso. 
De qualquer forma, manteremos doses altas de medicação, mas com esperança de termos mais do que 1 ou 2 folículos, que era a idéia inicial.

Dia 06 paro o anticoncepcional e dia 11 inicio a indução. E tenho fé que Deus andará ao meu lado todos os dias, confortando meu coração e abençoando meus ovários e meu útero. 

E assim eu começo uma nova fase da minha vida: de fé e esperança.


25/08/2016

Essa semana tive uma intercorrência durante um procedimento no trabalho.
Está evoluindo tudo bem, mas foi algo potencialmente grave.
Chorei uma noite toda, depois de claro, fazer tudo o que era necessário para minimizar os danos.

E assim começou a minha semana, logo na segunda feira.
Na terça consegui ter o dia livre, porque sou autônoma e terça é um dia que não trabalho pra ninguém (porque trabalho em 3 locais diferentes...) e tinha zero condições de trabalhar.
Na quarta, voltei à ativa, mas acho que ainda não era hora... Porém, além de chateada, não vai dar certo se eu também não puder pagar as contas...
Conclusão: caí aos prantos no meio do dia, em pleno horário de trabalho.

Eu sou bem fechada e raramente choro com alguém. Choro pouquíssimo com o meu marido, porque ele se retrai e se afasta quando eu choro e acho que a pessoa que mais me viu chorar foi a minha mãe. Não choro com amigos e muito menos com conhecidos. Não gosto de mostrar meu lado frágil e acho até que isso é ruim, porque as pessoas não se preocupam muito comigo, porque deduzem que eu sei lidar muito bem com os problemas. Até a psicóloga que eu tentei fazer terapia achava isso.

Mas ontem eu não consegui me controlar.
O dia passou e quando cheguei em casa, só piorou. Tive uma crise incontrolável de choro, que durou algumas horas.

Eu estou tomando anticoncepcional há exatos 15 dias e permaneci menstruada todo esse período. No início era um spotting, que evoluiu com um fluxo de menstruação, vermelho vivo, em moderada quantidade. O médico disse que iria diminuir, mas se estivesse me incomodando, sugeriu dobrar a dose da pílula. O fato é que não diminuiu e há 4 dias passei a tomar dois comprimidos ao dia. E o fluxo continuou...
Ontem questionei o que fazer e ele disse então pra eu parar, dar a pausa de 7 dias, reiniciar com outra pílula e parar dia 14 para começar a indução dia 19. O detalhe é que desde que passei com ele, em junho, eu me programei para fazer a coleta e e implantação entre o dia 19 e dia 30. Tirei férias, fechei agenda, avisei no local que precisa de 60 dias de antecedência. E ele simplesmente esqueceu desse fato.
Liguei no final do dia e expliquei pela 5a vez (contadas) a situação, que preciso estar livre para viagens (porque a coleta e implantação é feita em SP) e me organizei para ter as duas últimas semanas de setembro livres. Ou seja, dia 19 é pra eu estar terminando a indução e não iniciando!
Conclusão: ele disse pra manter a pílula, que vai rever a agenda e me avisa. Segunda tenho consulta e  aí descubro qual vai ser a decisão dele.

Pra completar uma das minhas melhores amigas (são bem poucas, a outra já teve bebê) me contou que está grávida. Começou dizendo que me amava, que eu era super importante na vida dela, que eu precisava ter fé em Deus e que tinha muito receio de me contar por conta de tudo que eu estou passando, mas que precisava me contar...


Estou clinicamente deprimida. Só tenho vontade de chorar e o ceú pra mim permanece cinza, independente do sol mais brilhante que tiver.

Continuo fazendo tudo todos os dias, não posso parar de viver, mas parece que aqui dentro, nada mais funciona.

Não sei como continuar.

20/08/2016

Um segundo de cada vez

Há muito tempo tenho tentado fazer o exercício de viver um dia de cada vez, mas recentemente percebi que na minha vida, devo levar um segundo de cada vez, tamanha a rapidez que as coisas e meus sentimentos mudam.

Ontem, ao trocar e-mails com uma outra tentante que conheci por causa do blog, me peguei relendo tudo o que eu tinha escrito e pensando "poxa, estou evoluindo, aceitando melhor os fatos". E estava saindo do trabalho pensando nisso, com um sentimento bom.

Mas 10 minutos depois, recebi uma mensagem de uma amiga contando da descoberta da gravidez. Na hora, nem me senti abalada, acho que fiquei mesmo foi anestesiada. E liguei para o marido, que respondeu "nossa, como ela é sortuda" (parou o anticoncepcional há 1 mês...). E eu respondi "todo mundo é sortudo" e a forma como ele completou foi o que realmente me abalou: "menos a gente...".

Meu marido é uma pessoa super positiva e logo depois continuou dizendo que somos muitos sortudos em muitas outras coisas, mas essa foi uma frase super espontânea, que ele não pensou antes de dizer. Não é  a cara dele reclamar.

Só que aquilo acabou comigo. E eu tentei disfarçar de todos os jeitos, não toquei no assunto a noite toda, mas foi o suficiente pra me fazer questionar tudo outra vez. E mais uma vez eu vi o quanto tudo isso está abalando nosso relacionamento, porque ele se manteve frio e distante, que é o que ele faz quando está triste.

Eu não sei ser uma pessoa resignada. Não consigo aceitar que Deus deseje o meu sofrimento como forma de evolução, porque isso me parece cruel e na minha cabeça e no meu coração, Deus é bom, Deus é amor.
O que eu vivo hoje, está longe de ser bom. Não aceito que eu deva sofrer tanto pra me tornar uma pessoa melhor. Eu não sou perfeita, longe disso, mas sou correta, honesta, fiel, trabalhadora e boa para todas as pessoas ao meu redor. Tenho me policiado muito para não criticar a vida alheia, para ser uma boa filha e uma boa irmã. Amo meu marido e me dedico ao máximo ao nosso casamento.

Todas as pessoas ao meu redor estão grávidas ou tiveram seus filhos recentemente. Amigas, esposas dos amigos, colegas de trabalho, cunhada... Sem nenhum esforço, como o milagre da vida deve acontecer.

Não dou conta de viver assim.


17/08/2016

Contagem regressiva

Eu não sei ao certo quando vou iniciar a minha indução.
Me organizei para ter folga no trabalho no final de setembro, então o médico irá calcular a partir daí.
Tenho consulta dia 29 para definir toda a estratégia, medicações, programação.

Durante esse quase 1 ano e meio de tentativas, eu programei e reprogramei a minha vida um milhão de vezes. Programei que iria esperar até o último minuto para decidir o vestido que seria madrinha de casamento em setembro, porque precisava saber de quanto tempo estaria para saber se a barriga caberia no vestido. Programei que não poderia ir para o nordeste em março (que acabou virando maio), porque com essa onda de Zika, seria arriscar demais e eu passaria a viagem toda tensa, afinal, na minha cabeça eu estaria grávida nas férias.
Programei também não comprar passagem para nenhum dos diversos casamentos que tenho esse ano, porque não sei como estará a minha situação até lá.

Também já vi o filme do meu teste positivo e de como contarei/contaria para o marido, família, amigos, muito mais de um milhão de vezes. Passei meses literalmente sonhando com diversos testes com duas listras e acordando triste e frustrada por ser só mais um sonho.

Acreditei de verdade que a cirurgia espiritural poderia dar certo e logo logo estaria anunciando a minha gravidez.

Nada disso aconteceu.

Ontem cheguei a conclusão de que a maior dificuldade disso tudo pra mim é aceitar que nem tudo na vida pode ser controlado.

Toda a minha trajetória profissional foi longa, complicada e difícil. Mas dependia de mim - da minha dedicação, do meu estudo, do meu esforço. Meus últimos vários anos foram focados nisso, e apesar de eu ter rezado muito e pedido ajuda a Deus pra concretizar todos os meus sonhos, eu me sentia merecedora porque sempre me esforcei demais.

Mas hoje, me sinto perdida, incapaz, frágil e vulnerável. Sempre me julguei alguém com muita fé e confiança em Deus, mas durante toda essa minha trajetória, vi que eu ainda preciso confiar muito mais. Que o tanto que eu entrego à Ele não é suficiente para trazer paz para o meu coração e a minha vida. Só que não sei como fazer isso.

Às vezes me imagino recebendo o milagre de uma gravidez natural e pensando "quando eu mais duvidei da bondade de Deus, ele me provou que sempre esteve ao meu lado". Mas sei que Deus se mostra pra quem já crê e não ao contrário. Ou seja, a minha falta de fé, O afasta cada vez mais de mim e da minha vida.

Como mudar isso? Como acalmar meu coração e me apegar mais ao amor de Deus?

Se alguém souber como me ajudar, estou totalmente aberta!
Um beijo,


14/08/2016

Começando de novo

Semana passada, depois do exame positivo, ainda repeti um por dia, até me convencerem a fazer o beta e vir negativo, claro.

Passei uma semana difícil. Praticamente sem conversar com o marido e isso torna minha vida mais triste ainda.

Conversei com o médico que fará minha FIV e ele orientou que eu iniciasse um anticoncepcional, para poder calcular o início da minha indução em setembro. E assim eu fiz, estou hoje no 5o dia do anticoncepcional... Que eu não tomava há 6 anos, porque um mês antes de casar, eu coloquei o DIU de mirena e só tirei porque queria engravidar... Quanto desperdício! Mal sabia eu que com ou sem DIU essa gravidez não iria acontecer naturalmente mesmo...

Com o passar dos dias, a tristeza foi dando lugar a um sentimento de conformismo. Não sei nem se essa palavra existe, mas acho que é a que melhor expressa o que eu estou sentindo agora.

Agora, começa uma nova etapa, que venho planejando e adiando desde março, quando fiz a primeira HSG e me mostrou trompas obstruídas... Depois ainda veio o diagnóstico de baixa reserva, a peregrinação por vários médicos, até a decisão, em junho, de iniciar a FIV em setembro.

Vou aproveitar esse mês para fazer tudo que não podia (ou não conseguia) porque sempre tinha a esperança de estar grávida. Botox, peeling, luz pulsada, CO2 nas estrias, luzes no cabelo. Usar todos os cremes possíveis pra controlar essa minha acne chata, que me acompanha desde sempre e piorou quando tirei o DIU.
Pela primeira vez, em 16 meses, não vou checar colo do útero, muco, não vou usar TOs, já guardei o termômetro que estava me acompanhando diariamente na cabeceira da cama. Vou viver como uma pessoa normal, de 33 anos, sem filhos.

E vou me preparando pra etapa mais difícil dessa minha vida de tentate, que se inicia no próximo mês.

Um beijo grande e boa semana pra todas!


08/08/2016

Hoje eu quero chorar

Hoje eu queria poder ficar em casa e chorar à vontade. Não me preocupada com o rosto inchado ou a maquiagem borrada.

Ontem, no meu 9 (ou 10DPO), meu colo subiu, fechado, macio, temperatura ainda alta e saiu uma raia de sangue marrom junto com o muco cremoso.

Eu, que sou a pessoa mais ansiosa desse mundo, comprei um teste de gravidez.
Um não, dois, porque vai que um dá positivo, preciso do segundo pra confirmar...

Um deu uma linha que só meus olhos foram capazes de enxergar.
Mas o outro, um confirme compact, deu positivo.

E eu vou colocar a foto aqui, pra ninguém achar que foi coisa da minha cabeça.
Ele deu POSITIVO. Claro, não foi a linha mais forte desse mundo, mas estava lá, nítida, nada de linha fantasma.

Como não foi a primeira urina da manhã, corri comprar outro pra fazer hoje cedo.
Que claro, deu negativo. Nada, zero, nenhuma listrinha, nem a sombra pros meus olhos que enxergam o que não existem.

Não aguento mais essa vida. Não aguento mais um negativo atrás do outro, não aguento mais rezar, não aguento mais pedir a Deus que me abençoe, que me permita ser mãe. DE fazer tratamentos alternativos, de tomar os remédios pós cirurgia espiritural, vitamina de inhame com abacaxi, ácido fólico, coenzima Q10, vitamina D, medir temperatura, calcular período fértil... Todos os dias, uma rotina sem fim. Mas que simplesmente não funciona.

Certos períodos da minha vida eu questiono a minha fé. Hoje é um desses dias.


06/08/2016

Lidando com o luto

Todos os meses quando me descubro não grávida, sinto uma tristeza absurda. Choro, fico mal, demoro alguns dias pra me recuperar.
Quando contei isso pra minha ginecologista (e confesso, foi quando eu estava meio dopada após a sedação para a histeroscopia) ela me respondeu: "é como um luto". E é isso que eu sinto, exatamente. Uma perda de algo que ainda não existe, mas na minha cabeça deveria existir há tanto tempo!

Como é possível sentir esse desejo e esse amor por algo que nunca vimos e nem sabemos se seremos capazes de ver?

Esse mês acho que estou lidando melhor com  a fase de tristeza do ciclo. Tenho altos e baixos, mas no geral, posso dizer que esse mês fiquei no meio do caminho. Ainda passo todo meu período livre buscando informações sobre gravidez, fiv e afins, mas tenho me sentido menos arrasada e mais esperançosa. Quando percebo que não será dessa vez, que não tenho nenhum sintoma de gravidez após mais de 1 semana da ovulação, o coração aperta e o nó na garganta aparece. Mas passa... E eu volto a lembrar que mês que já é o mês da minha fiv, que eu tenho um útero lindo, alguns poucos óvulos que se Deus quiser serão perfeitos, os espermatozóides do marido são ótimos e a minha fé se renova.

Eu já li diversas e diversas histórias de mulheres que tentaram múltiplas vezes. Claro que nenhuma delas começou pensando que não aconteceria de primeira, mas independente disso, praticamente todas conseguiram seu final feliz. Até hoje, de todos os relatos, li apenas dois de mulheres que realmente desistiram da maternidade por meio de uma gestação: uma não pode mais tomar hormônios por um problema de saúde e por isso não pode mais realizar a FIV e uma que depois de 3 FIVs resolveu desistir e partir pra adoção.

Definitivamente não sei qual será o meu limite, o meu momento de dizer chega, isso não é pra mim. Talvez nunca.
O que eu mais vejo, são mulheres que insistiram e hoje tem seu pacotinho tão amado nos braços. Sei que Deus não quer o sofrimento de ninguém, que Ele não é cruel, mas às vezes nós precisamos passar por essa dificuldade toda como forma de amadurecimento.

Há algum tempo passei a ficar muito triste com algumas coisas que aprendi frequentando o centro espírita, porque na forma como foi falada, eu deveria aceitar a condição que Deus me deu nessa vida, pois a resignação é o caminho para a evolução.
Mas recentemente, após questionar muito e meu marido me mandar estudar, porque não era nada disso, li no Evangelho Segundo o Espiritismo algo que acalmou demais meu coração:

"As provas têm por objetivo exercitar a inteligência, assim como a paciência e a resignação; um homem pode nascer numa posição penosa e difícil, precisamente para obrigá-lo a procurar meios de vencer as dificuldades. O mérito consiste em suportar sem lamentações as consequências dos males que não podem evitar, em perseverar na luta..."

Ou seja, minha evolução está no caminho e não no final da minha história.

E estou me esforçando para isso. Aceitar que esse é o caminho que Deus trilhou pra mim, mas que com o meu esforço, um dia todo esse sofrimento terá ficado para trás.

Um beijo e bom fim de semana para todas!

03/08/2016

Dias mais difíceis

Meu ciclo não se divide entre fase folicular e lútea. Ele se divide basicamente entre: fase esperançosa e fase de tristeza.
Antes de eu ovular, até poucos dias após a ovulação eu me mantenho animada.
Quando vai chegando mais perto do período da menstruação, que eu não tenho nenhum sintoma de gravidez, meu colo do útero vai baixando e ficando endurecido, eu evoluo pra fase da tristeza.

Hoje fui na médica pegar o resultado da minha histeroscopia.
Segundo ela, meu útero é lindo, de livro. Parede e formato perfeitos. Biópsia compatível com a fase do ciclo, nada alterado. Ou seja, perfeito para abrigar um embrião.

Mas pra variar, nada é tão bom assim na minha vida: as minhas trompas não são pérvias mesmo e o soro não penetrou.

Eu já sabia disso, depois de duas HSG mostrando que elas não são legais (apesar de uma ser pérvia), mas depois da cirurgia espiritual, eu tinha alguma esperança disso ter se modificado.
Nesse centro eles explicam que eles tem a capacidade de remover algo errado, mas não de criar algo que não existe. Ou seja, corrigir trompas obstruídas seria possível, me devolver folículos que já não existem não. Mas no caso, não deu certo. Meu FSH melhorou, caiu de 15 para 7.95, porém isso não quer dizer muita coisa com um AMH de 0,77 e as trompas, que eram o foco de verdade, permanecem inalteradas, Aparentemente a minha cirurgia não deu certo...

E eu tenho clara certeza de que engravidar naturalmente seria mais fácil do que ter bons óvulos numa FIV, então, o problema das trompas realmente atrapalha muito!

Pensando que ovulo todos os meses, se tivesse trompas OK, provavelmente já teria engravidado. Eu acho isso e o especialista que irá fazer minha FIV também acha.

Mas quando eu resolvi com Deus como seria a minha situação nessa encarnação, decidi que um problema só não seria suficiente pra minha evolução, então tinha que complicar bastante!

Tenho visitado sempre uma amigona que ganhou bebê há quase 1 mês (e que não teve nenhuma dificuldade). Fico muito feliz por ela, a bebê é linda e saudável e me sinto bem na presença dela, mas saio de lá com o coração tão apertado e uma vontade maior ainda de viver tudo aquilo.

Quero sentir esse amor incondicional, quero sentir meu coração fora do peito e não sentir que meu coração está partido como sinto todos os meses desde que comecei a tentar engravidar.

Eu me esforço todos os meses, mas alguns dias, não consigo não achar essa vida extremamente injusta.


02/08/2016

E a vida segue...

Semana passada foi meu período fértil. Consegui pegar a data da ovulação direitinho com mudança de muco, teste de ovulação e pelo primeiro mês, também medi a temperatura basal, que bateu direitinho (queda logo após, pra subir depois de 48 horas).
Incrível como o corpo é perfeito. Se eu não tivesse um milhão de problemas, com certeza já teria engravidado, porque com todo esse tempo de tentativas, aprendi a conhecer todos os detalhes do meu corpo e do meu ciclo.
Mas infelizmente, por aqui, o problema é bem maior do que só desconhecer meus dias mais férteis.

Estou no 4o DPO. Na verdade o Fertility Friend mudou hoje para o 3o DPO, mas eu acredito que ovulei na sexta e não no sábado como ele resolveu interpretar. Mas ok, que seja.
Namoramos moderadamente, só até sexta, porque sábado viajamos e estávamos exaustos... Todo mês insisto muito no período fértil, tentamos ter relação todos os dias e nunca deu em nada. Então, pelo menos dessa vez, sabendo que as chances são mínimas, resolvi não pressionar e deixar acontecer.
Quem sabe assim dê certo? Aqui, a esperança é a última que morre.

Continuo fazendo o tratamento espiritual (que inclui "remédios" naturais até que o problema seja resolvido), rezando muito, tomando inhame batido pela manhã e depois da ovulação acrescentei abacaxi ao suco matinal.
A massagem da fertilidade fiz até antes da ovulação, como tinha lido que seria adequado.

E agora estou na espera. Vou tentar fazer diferente e não testar nenhuma vez até que passe do 13o DPO (porque essa é a duração da minha fase lútea). Todos os meses eu começo a testar no 10o, e claro, só gastei dinheiro com um milhão de testes diferentes... Então, vou tentar me controlar todos os dias e esperar um (quase impossível de acontecer) atraso.

Se nada acontecer, como é mais provável, começo a contar os dias pra iniciar a minha indução. E continuo rezando, muito, pra que Deus me permita ser mãe.

Um beijo,

26/07/2016

Hoje é meu 16o dia do ciclo.
Como contei, fizemos uma cirurgia espiritual e ficamos sem poder namorar por 30 dias.
Isso significa que começamos o período de abstinência exatamente no meu período fértil no ciclo passado, então posso dizer que passei um mês como não tentante.
Hoje é dia de recomeçar.

Ao mesmo tempo que me sinto calma e esperançosa, sei que esses sentimentos não são necessariamente uma coisa boa no meu caso. Eu desabo todos os meses, mesmo quando começo o ciclo não acreditando num final feliz. Quando me animo e acho que as coisas podem dar certo, o tombo é bem grande e eu demoro dias pra me recuperar.

Mês passado foi um desses. Podem me chamar de louca, afinal, não namoramos no período mais fértil. Pelos TOs e USTV que já fiz, ovulo entre o 18-20 dia do ciclo. E nossa última namorada, foi no 13o! Ou seja, sem chances, né? Não pro meu coração!
Na semana teoricamente fértil, meu muco se manteve cremoso. Não consegui perceber o muco fértil e estranhei muito... Uma semana depois da última relação, tive um sangramento, marrom, que nunca tinha acontecido antes.
O que eu pensei? Ovulei mais cedo, o muco cremoso era por já ter ovulado e o sangramento foi de nidação!
E lá fui eu fazer testes e mais testes... Que foram sempre negativos... Até o dia que sentei no banheiro com mais um teste, fiz xixi no potinho e na hora de me limpar... sangue.

Incrível como minha mente é fértil e enxerga coisas que não existem. Parece até coisa de cachorro, gravidez psicológica, o corpo dando sinais que não deveriam estar lá.

Quantas vezes eu me imaginei vendo duas listras no teste? Quantas milhões de vezes eu sonhei (literalmente) e acordei arrasada por me dar conta de que era só um sonho? Na minha cabeça já revivi uma cena que não aconteceu incontáveis vezes!

E lá vou eu, pra mais um mês de tentativas.

24/07/2016

Dia a dia

Eu adoro meu trabalho e tenho trabalhado muito. Passei anos focada nisso, na minha formação e agradeço a Deus por ter insistido e buscado o que realmente me faz feliz. Não é fácil, mas tudo está caminhando bem e me sinto feliz e realizada com o que faço.

Mas eu praticamente não tenho hobbies. Meu único passatempo é internet e netflix com o marido.
Não sou nada adepta de exercícios físicos, não faço nenhum tipo de trabalho manual, não sou muito boa com instrumentos musicais... Sinto que precisava descobrir algo fora do trabalho pra me distrair, que me desse prazer e me tirasse o foco da tristeza que é não conseguir engravidar. Mas ainda não consegui.
Meu dia a dia é bem puxado, chego em casa perto das 20h todos os dias, acordo bem cedo e tenho zero ânimo pra ir pra uma academia e me exercitar. A sorte é que sou magrinha, tenho um bom auto controle e como pouco.

O problema é quando volto pra casa. Passo 100% do meu tempo livre buscando informações sobre infertilidade, vídeos e textos sobre FIV, já li todos os casos de sucesso e todos os casos que deram errado. Tento ser positiva e pensar que comigo dará tudo certo, mas não tem como, né?
A verdade é que até agora eu tenho todos os meses a esperança de acontecer um milagre e engravidar naturalmente.
Quantas vezes não li "estava me preparando para a fiv e minha menstruação atrasou..."

Pois é, comigo, isso pelo jeito não vai acontecer.

Esse mês seria o último de tentativas naturais, mas acho que por conta a histeroscopia, isso não será possível. Faz 3 dias e estou sangrando bem ainda, não em grande volume, mas como uma menstruação normal, vermelho vivo. Hoje é o 14o dia do ciclo e eu ovulo próximo ao 20o normalmente.
Não consigo perceber muco por conta do sangramento, com meus horários doidos nunca consegui medir TB. Acho que hoje vou começar a fazer TOs, quem sabe? Só fico pensando que meu endométrio não estará cicatrizado o suficiente e mesmo que eu tenha um óvulo guerreiro, que enfrente todo o caminho tortuoso da minha trompa, ele não terá um ambiente muito favorável pra criar seu lar. Ou seja, só por milagre mesmo!

Estou tomando suco de inhame todos os dias, fazendo a massagem e depois da ovulação irei acrescentar o abacaxi ao arsenal. Mal não irá fazer.

Acredito que seja o último, pois como a FIV está programada para setembro, bem provável que o médico me dê anticoncepcional para regular meu ciclo e eu menstruar na melhor época para o procedimento... Mas vamos ver no que dá.

Um beijo e uma ótima semana!

21/07/2016

Caminhando

Fiquei vários dias sem aparecer, porque não andava no clima de falar de uma vida que não anda muito boa.

Hoje li num blog sobre todos os médicos que a blogueira já passou e resolvi contar a minha saga de forma resumida, em tópicos.

2015:

  • Maio- tirei o DIU que usava há quase 5 anos (Mirena) e virei uma tentante oficial. Ciclos relativamente regulares, ainda bem crua sobre o funcionamento do meu corpo, fomos tentando mês a mês. Todo mês eu ficava em luto quando a minha menstruação descia.
  • Setembro - SEntia que as coisas não estavam certas. Entrei numa comunidade do facebook chamada "Tentantes Empoderadas", li um milhão de textos sobre meu corpo e comprei testes de ovulação. Passei a detectar meu período fértil, porém nada acontecia.
  • Outubro - fiz dosagens hormonais, com um FSH de 9. Meu GO disse que estava tudo ok, US TV tbém normal.
  • Dezembro - Marido fez um espermograma, que deu alterado. Pensei que poderia ser pelo período prolongado de abstinência (passei quase um mês fora) e não desesperei, mas pedi que tomasse vitaminas e fosse num urologista.

2016
  • Janeiro - Marido repetiu o espermograma, tudo normal! =)
  • Fevereiro - 10 meses de tentativas, várias amigas grávidas e eu cada vez mais desesperada. Resolvi fazer indução com clomifeno (orientação do meu GO), respondi, ovulei, e nada aconteceu. Na verdade, fiz um clearblue que deu positivo (não era linha fantasma!), mas com beta negativo. Por tudo que li (e o super sangramento com coágulos por 7 dias depois), deduzi foi uma gravidez química. Mais tristeza e mais choro. Procurei um especialista em reprodução humana numa cidade próxima, que atrasou 2 horas o atendimento e disse que eu provavelmente teria que fazer FIV, sem nem ter um diagnóstico pra mim! Nunca mais voltei, mas fiz a Histerossalpingo que ele pediu.
  • Março - Fiz a HSG. Sofri demais, o exame foi feito duas vezes e eu senti cólicas horrorosas. Imagino que seja como a dor do parto, porque foi a pior dor que senti na vida. Resultado: obstrução tubária bilateral. Por conta própria repeti meus exames e fiz um AMH - FSH subiu para 15 e o AMH confirmou a falência ovariana precoce: 0,77. Mais choro, mais desespero, mais questionamentos de porque comigo. 
  • Abril - Resolvi buscar outros especialistas em infertilidade. Marquei dois para o final do mês em SP. O primeiro, mais novo, achei vendedor e marqueteiro. A segunda, gostei muito! Ela me pediu pra repetir a HSG, não confiou muito no resultado.
  • Maio - repeti a HSG no digimagem em SP, que tinha as melhores referências. Eu fiz novamente DUAS VEZES e jurei que nunca mais faço esse exame. É uma tortura absurda, eu tenho espasmos super severos que dificultam o exame, pois isso acabei repetindo as duas vezes. Resultado: trompa esquerda persistiu o espasmo, e direita pérvia porém tortuosa e pouco móvel. Diagnóstico número 2: infertilidade por fator tubário! Ou seja, sou duplamente premiada. Ah! Ela tbém notou que meu endométrio é muito fino, mas nesse mesmo mês usei estrógeno e consegui espessar relativamente fácil, então espero que não seja um impecílio. 
  • Junho - agendei a histeroscopia, meu ciclo resolveu pirar e durar 8 dias. Estava menstruada e tive que cancelar. Um médico de SP especialista em reprodução iniciou os atendimentos na minha cidade e eu resolvi arriscar uma consulta. Gostei muito! Eu adorei a médica de SP, mas seria tudo mais difícil do que com ele que fará o acompanhamento todo aqui e somente a punção e implantação lá (preciso de 2 dias para cada coisa). Decidido o planejamento: FIV em setembro. 
  • Julho, mais especificamente hoje: histeroscopia. Tudo ok. Primeiro exame que faço que é normal, ufa!


O que falta: cariótipo com banda G (agendado para semana que vem, aqui só faz com agendamento!) e zika que irei colher no início de setembro.

Esse mês estou apelando: suco de inhame para melhorar o endométrio e massagem da fertilidade (Aqui). Não custa, a esperança é sempre a última que morre.

Nesses 15 meses de tentativas frustradas, o que eu mais fiz foi chorar, gastar dinheiro com teste de gravidez, encontrar sinais que não existiam. Também vi metade da população feminina da minha idade engravidar com dois meses de tentativas, ganhar o bebê e comigo nada acontecer.
Compartilho tudo isso com poucas pessoas - a fundo, mais com meu marido e minha mãe. Mas o marido às vezes cansa do meu desespero, do meu pessimismo e as coisas ficam difíceis entre a gente. Daí tento me segurar, acalmar e as coisas voltam ao normal. Sei que ele está do meu lado, que quer isso hoje tanto quanto eu (demorou, por quase um ano eu queria sozinha...), mas lida diferente.

Um beijo pra quem se deu o trabalho de vir até aqui e ler até o final.


28/06/2016

Todas as tentativas

Meu marido é espírita desde criança, uma das poucas pessoas que conheço que foi criada assim e não se tornou depois de adulta.
Eu sempre gostei, li diversos livros da Zíbia Gasparetto, que apesar de serem todos romances, ensinam bastante sobre as leis que regem o espiritismo.

E com pouco mais de um ano de namoro (temos mais de 8 juntos), eu comecei a frequentar o centro espírita com ele... 
Longe de discutir religiões, principalmente porque eu me acho mais Cristã do que Espírita. Fui batizada e fiz primeira comunhão... Fiz intercâmbio numa família Evangélica. Há poucos anos participei de retiro Evangélico e minha mãe ainda me dá a medalha de nossa Sra quando quer que eu me sinta "cuidada" e protegida...

Mas sinto que o Espiritismo me explica o porque de tudo. Acredito em reencarnação, acredito que estamos aqui para evoluir, mas acima de tudo, acredito em Deus.

Temos uma amiga que tentava engravidar há cerca de 7 anos. Todos os exames normais, ficou como Infertilidade Sem Causa Aparente mesmo...
E ela resolveu procurar um centro espírita que faz um trabalho de cura espiritual... Eu sabia que ela iria fazer, mas nunca me chamou a atenção, porque eu acredito muito na medicina! 

E aí, há pouco mais de 1 mês, ela contou que está grávida. No início, achei que ela tivesse feito outra FIV e não queria contar... Mas depois, vi que não. Milagrosamente, ela engravidou de modo natural, após 7 anos de muitas tentativas e procedimentos. Deus, com auxílio de um Espírito de Luz (que era médico em sua última encarnação), auxiliado por um médium, curaram seja lá qual era o problema que ela tinha. 

Como não acreditar, se leio tanto sobre a doutrina, digo que acredito e vejo isso acontecer tão próximo de mim?

Meu marido sugeriu que nós fizessemos o tratamento também.
Mês passado, acabamos não indo. Tinha esperança de ter engravidado (aliás, tenho todos os meses)... E deixei passar.
Depois de mais um negativo, resolvi tentar.

O centro fica a quase 400km daqui... O primeiro dia é a consulta: você diz qual o seu problema e ele te receita remédios e uma dieta, sem nenhum tipo de carne animal e bebida alcoolica. Na semana seguinte, voltamos para a cirurgia. Ele disse que meu marido deveria fazer também todo o tratamento, apesar de eu achar inicialmente que só eu precisaria...
E esse sábado, fizemos a cirurgia. É um procedimento super simples, rápido, não tem nada de cortes... É só espiritual mesmo.
Continuo fazendo o tratamento, que dura mais um mês e neste mês não posso fazer "tentativas"!

Não sei como Deus vai mostrar a minha cura. Se me permitirá engravidar de forma natural, se fará com que eu tenha bons óvulos na minha FIV. Sei que qualquer resultado que me faça ser mãe, eu levarei como sendo a cura que Deus me enviou, mesmo que pra isso, ainda precise de uma ajuda da medicina. 

Tenho estado mais calma e tentado controlar a ansiedade e a tristeza. Alguns dias são mais difíceis, mas tenho me esforçado!

Essa semana passei com outro médico, e determinei a data para a FIV: setembro.
Teremos dois meses de tentativas naturais até lá.
E que DEus decida o melhor caminho e que me auxilie a aceitar o caminho que escolheu pra mim. 

17/06/2016

E mais uma vez... Nada deu certo.


As coisas deram errado, eu continuo menstruada (e muito) e infelizmente tive que cancelar a minha histeroscopia, que deveria ter sido feita hoje pela manhã.

Meu ciclo dura normalmente 5 dias, com fluxo mínimo, e no último dia, geralmente borra de café. Hoje estou no 6o dia, com sangue vivo e fluxo até bem alto pros meus padrões. Ou seja, se é possível dar errado, vai dar.

Incrível como desde que eu comecei a tentar engravidar, todos os meus planos dão errado.

Sei que parece exagero, mas não é.
É médica que desmaca ultrassom no dia que eu precisava fazer controle de ovulação, médico que desmarca histerossalpingo quando eu já estava na estrada indo fazer (a primeira fiz numa cidade a 100km daqui e já estava mais do que na metade do caminho...!), é menstruação que dura muito mais que todos os outros ciclos quando ela não poderia durar pra poder fazer a histeroscopia...

Meu trabalho exige muito de mim e meus horários são bem complicados. Tento sempre dar um jeito, (sou autônoma, mas trabalho em 3 lugares diferentes), mas certas coisas não são possíveis. Num dos meus trabalhos, tenho que avisar com 60 dias de antecedência, ou sofro uma multa (que não é baixa) no salário final. Esse trabalho, é justamente às sextas feiras, que é o dia em que a única médica (que faz esse procedimento) da minha cidade faz a histeroscopia. Ou seja, tive que mudar a minha agenda de hoje, terei a multa descontada do meu salário e não fiz o exame.
Ontem fiquei arrasada pois não posso remarcar para tão cedo (só daqui a 60 dias), mas a médica foi bem legal e disse que tentará agendar para quarta-feira, que pra mim é um pouco menos complicado.

Vamos torcer.

Sem a histeroscopia, não posso realizar a FIV, pois foi uma das exigências da médica de SP com quem estou acompanhando. Então se não realizar nesse ciclo, também não posso tentar a indução no próximo mês e cada dia mais vejo meu sonho ficar distante...
Com a baixa reserva ovariana, é uma luta contra o tempo e quanto mais eu atrasar as tentativas, menor é minha chance (que já é bem ruim na verdade...).

Enquanto isso, as coisas aqui em casa andam bem difíceis. Marido não sabe lidar com todo meu sofrimento e a gente acaba brigando, sempre que entramos a fundo nesse assunto. Ele tem se esforçado, essa semana tem sido bem carinhoso, presente, mas não sabe o que fazer quando eu falo dos problemas e desando a chorar. Ele realmente não entende a minha dor, porque acredita que é tudo no tempo de Deus e um dia, por mais que demore, vai dar certo.

Certo como? Certo quando? Sei que o filho que eu tiver, será escolhido por Deus para vir como meu filho. Mas será meu? Será adotado, óvulo doado (apesar de eu não aceitar essa idéia ainda...)? Eu quero um filho que seja metade meu, metade do meu marido. Com as nossas características, com a nossa genética, que eu consiga enxergar nele um pedacinho de cada um de nós.
A minha idéia de filho, não é gerar. É ser meu, é me enxergar nele... Minha questão não é ver a barriga crescer por 9 meses, que é o que todo mundo quer quando opta por óvulos doados... É saber que cada pedacinho dele é meu e do meu marido. Que os defeitos são nossos, as qualidades também.

Será que Deus vai me conceder isso? Às custas de quanto sofrimento? De quantos dias de choro, de tristeza? E se mesmo com todo esse sofrimento, depois de anos de tentativas, Deus decidir que meu filho não poderá vir de mim?

Tudo isso me aflige demais e essa dúvida do futuro é a que mais me faz sofrer.





15/06/2016

Eu creio, eu confio e eu aceito.

Na segunda feira, fizemos o Evangelho no Lar. Tentamos fazer toda semana, mas confesso que a vida corrida à vezes atrapalha e acabamos esquecendo.

Incrivelmente, o capítulo que iríamos começar, era sobre aflições... E eu sempre leio e meu marido escuta (tenho dificuldade de concentrar quando outra pessoa está lendo...). Conclusão: chorei durante 40 minutos. Eu sempre brinco que Deus não fala comigo, ele grita! Certas coisas são tão óbvias que parece que foram ditas por Ele... E no dia em que eu mais questionei a minha fé, a minha leitura era exatamente sobre isso.

Meu marido é espírita e eu sigo a doutrina há vários anos também. Acredito em reencarnação, acredito que se sofremos hoje é porque estamos corrigindo algum erro do passado e se não acreditasse nisso, talvez minha revolta fosse ainda maior.
Apesar disso me confortar, ao mesmo tempo, me desespera. Se eu vim nessa vida pra sofrer pelos erros do passado e assim evoluir como pessoa, isso não pode indicar que meu destino nessa vida é não ter filhos?

Rezo pra Deus entender que se fiz algo contra a vida de algum filho, ou se não dei o amor e valor que eles mereciam, que eu jamais faria isso nesse momento. Que me arrependo, que mudei, que sou melhor de coração e que se Ele me permitir ser mãe de um filho meu, serei a mãe mais amorosa e zelosa que eu possa ser!

Nada tem sido fácil.

E pra mim, o mais difícil de aceitar, é o medo do futuro.
Se eu conseguisse confiar plenamente de que por mais que demore, meu dia de ser mãe irá chegar, acho que levaria melhor as pauladas da vida.

Ontem fiz um exercício de fé e tentei não ter pensamentos negativos. Vi um vídeo da Bianca Toledo em que ela fala exatamente isso, sobre a dificuldade dela em engravidar (ela tem o diagnóstico de endometriose, e engravidou) e ela usou essa frase: "Eu quero, eu creio, eu aceito". Então vamos lá: Eu quero muito. Eu creio que Deus me abençoará. Eu aceito que Deus sabe a melhor hora pra mim. Mas que essa hora seja logo! =)

Pretendo voltar na médica de reprodução humana no final do mês e se tudo der certo, mês que vem iniciar a minha FIV.

Só espero do fundo do coração, não desabar por completo se ainda não for o tempo de Deus...