21/07/2016

Caminhando

Fiquei vários dias sem aparecer, porque não andava no clima de falar de uma vida que não anda muito boa.

Hoje li num blog sobre todos os médicos que a blogueira já passou e resolvi contar a minha saga de forma resumida, em tópicos.

2015:

  • Maio- tirei o DIU que usava há quase 5 anos (Mirena) e virei uma tentante oficial. Ciclos relativamente regulares, ainda bem crua sobre o funcionamento do meu corpo, fomos tentando mês a mês. Todo mês eu ficava em luto quando a minha menstruação descia.
  • Setembro - SEntia que as coisas não estavam certas. Entrei numa comunidade do facebook chamada "Tentantes Empoderadas", li um milhão de textos sobre meu corpo e comprei testes de ovulação. Passei a detectar meu período fértil, porém nada acontecia.
  • Outubro - fiz dosagens hormonais, com um FSH de 9. Meu GO disse que estava tudo ok, US TV tbém normal.
  • Dezembro - Marido fez um espermograma, que deu alterado. Pensei que poderia ser pelo período prolongado de abstinência (passei quase um mês fora) e não desesperei, mas pedi que tomasse vitaminas e fosse num urologista.

2016
  • Janeiro - Marido repetiu o espermograma, tudo normal! =)
  • Fevereiro - 10 meses de tentativas, várias amigas grávidas e eu cada vez mais desesperada. Resolvi fazer indução com clomifeno (orientação do meu GO), respondi, ovulei, e nada aconteceu. Na verdade, fiz um clearblue que deu positivo (não era linha fantasma!), mas com beta negativo. Por tudo que li (e o super sangramento com coágulos por 7 dias depois), deduzi foi uma gravidez química. Mais tristeza e mais choro. Procurei um especialista em reprodução humana numa cidade próxima, que atrasou 2 horas o atendimento e disse que eu provavelmente teria que fazer FIV, sem nem ter um diagnóstico pra mim! Nunca mais voltei, mas fiz a Histerossalpingo que ele pediu.
  • Março - Fiz a HSG. Sofri demais, o exame foi feito duas vezes e eu senti cólicas horrorosas. Imagino que seja como a dor do parto, porque foi a pior dor que senti na vida. Resultado: obstrução tubária bilateral. Por conta própria repeti meus exames e fiz um AMH - FSH subiu para 15 e o AMH confirmou a falência ovariana precoce: 0,77. Mais choro, mais desespero, mais questionamentos de porque comigo. 
  • Abril - Resolvi buscar outros especialistas em infertilidade. Marquei dois para o final do mês em SP. O primeiro, mais novo, achei vendedor e marqueteiro. A segunda, gostei muito! Ela me pediu pra repetir a HSG, não confiou muito no resultado.
  • Maio - repeti a HSG no digimagem em SP, que tinha as melhores referências. Eu fiz novamente DUAS VEZES e jurei que nunca mais faço esse exame. É uma tortura absurda, eu tenho espasmos super severos que dificultam o exame, pois isso acabei repetindo as duas vezes. Resultado: trompa esquerda persistiu o espasmo, e direita pérvia porém tortuosa e pouco móvel. Diagnóstico número 2: infertilidade por fator tubário! Ou seja, sou duplamente premiada. Ah! Ela tbém notou que meu endométrio é muito fino, mas nesse mesmo mês usei estrógeno e consegui espessar relativamente fácil, então espero que não seja um impecílio. 
  • Junho - agendei a histeroscopia, meu ciclo resolveu pirar e durar 8 dias. Estava menstruada e tive que cancelar. Um médico de SP especialista em reprodução iniciou os atendimentos na minha cidade e eu resolvi arriscar uma consulta. Gostei muito! Eu adorei a médica de SP, mas seria tudo mais difícil do que com ele que fará o acompanhamento todo aqui e somente a punção e implantação lá (preciso de 2 dias para cada coisa). Decidido o planejamento: FIV em setembro. 
  • Julho, mais especificamente hoje: histeroscopia. Tudo ok. Primeiro exame que faço que é normal, ufa!


O que falta: cariótipo com banda G (agendado para semana que vem, aqui só faz com agendamento!) e zika que irei colher no início de setembro.

Esse mês estou apelando: suco de inhame para melhorar o endométrio e massagem da fertilidade (Aqui). Não custa, a esperança é sempre a última que morre.

Nesses 15 meses de tentativas frustradas, o que eu mais fiz foi chorar, gastar dinheiro com teste de gravidez, encontrar sinais que não existiam. Também vi metade da população feminina da minha idade engravidar com dois meses de tentativas, ganhar o bebê e comigo nada acontecer.
Compartilho tudo isso com poucas pessoas - a fundo, mais com meu marido e minha mãe. Mas o marido às vezes cansa do meu desespero, do meu pessimismo e as coisas ficam difíceis entre a gente. Daí tento me segurar, acalmar e as coisas voltam ao normal. Sei que ele está do meu lado, que quer isso hoje tanto quanto eu (demorou, por quase um ano eu queria sozinha...), mas lida diferente.

Um beijo pra quem se deu o trabalho de vir até aqui e ler até o final.


2 comentários:

  1. Minha linda, sei como é esse sofrimento. Eu estava tentando engravidar desde Dez/2013. Se empodere (como vc bem está fazendo) e procure também sobre o truque do abacaxi. Fiz e deu certo. Ele ajuda o endométrio e facilita a implantação. Se vc já teve uma gravidez química, é sinal de que as coisas podem dar certo, está tudo funcionando bem! Um dia depois da ovulação, comece a comer uma fatia de abacaxi pela manhã, em jejum, principalmente o miolo. É uma ajudinha a mais. Tente, também, ocupar sua cabeça com outras coisas. Isso ajuda a sofrer menos. Tenho certeza que seu positivo é questão de tempo. Seja perseverante que tudo vai dar certo. Um grande beijo!

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    1. Oi Zara! Você fez FIV ou engravidou de forma natural?
      Já li do abacaxi, mas estou esperando ovular pra começar. Acho que não custa tentar, tudo que for natural e mal não fizer, pode me fazer bem! =)
      Estou trabalhando muito, adoro a minha profissão e durante o trabalho distraio bastante. O problema é mais o tempo livre... Acabo focando só nisso e me entristeço de ver tantas grávidas e tantas mulheres com seus filhos e eu nada... Mas meu tempo irá chegar, eu creio nisso!
      Um beijão!

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