28/01/2017

E mais uma vez, os planos não deram certo.

Quando procurei a Dra. Daniella no início de dezembro, tinha esperança de começar a induzir ainda naquele mês. Não deu certo, foi um pouco frustrante, mas eu sabia que existia essa possibilidade.

Me programei direitinho, marquei todas as datas, troquei dias no trabalho, pra então, recomeçar em janeiro.
Só que como diz meu marido se eu planejei, provavelmente não vai acontecer.

No 3o dia do ciclo, fiz um US e os exames laboratoriais. O US foi bom e ruim ao mesmo tempo: 9 folículos antrais (o bom) e um cisto folicular de 24mm (o ruim).
Esse cisto poderia ser só um achado e ignorado, se ele não fosse responsável por explodir com o meu estradiol. De todas as vezes que dosei meus hormônios, nunca tive um resultado assim: estradiol 427. LH tbém estava aumentado, FSH 6 e pouquinho e progesterona 1,3.

Ou seja, nada ideal pra começar a indução.

Confesso que nos primeiros dias eu fiquei muito triste. Eu me organizei, programei a minha vida, fiz cronograma e contei os dias pra chegar essa nova indução.
Não deu certo.

A orientação foi iniciar anticoncepcional e ao final, quando a menstruação vier, repetir US e exames pra ver se normalizou. Se sim, aí um novo ciclo se inicia.

Isso já faz praticamente 2 semanas. Faltam 8 comprimidos na cartelinha do anticoncepcional, então em mais ou menos 10-11 dias eu menstruo. Mais uns 2 dias repito tudo e espero do fundo do coração que tudo tenha normalizado e eu possa recomeçar a FIV.


Me afastei um pouco da igreja, não tenho ido à celula. Mas isso não quer dizer que deixei de acreditar em Deus, só que nesse momento preciso desse tempo.
Continuo indo à psicóloga e acho que tem sido uma boa ajuda.
Essa semana comecei uma dieta, não para perda de peso, mas pra tentar ficar mais saudável. Deu muito resultado com uma Fivete que conheço, então resolvi arriscar. É difícil, mas é por um bem maior!

Um beijo,



04/01/2017

A mulher invisível

Ontem em mais uma conversa com a minha psicóloga, tentei explicar porque não consigo me abrir e desabafar com ninguém.

O fato é que nós, mulheres inférteis, somos praticamente invisíveis à população.
O primeiro motivo é que somos uma parcela muito pequena das mulheres e minorias costumam ser esquecidas.
O segundo motivo é que é algo tão fora do comum, que as pessoas simplesmente não conseguem entender a dor que isso causa. Cansei de ouvir todos os tipos de clichês como "é só relaxar que acontece", "faça uma viagem com o seu marido, para de pensar nisso".

Cansei de escutar que minha vida é boa demais e eu preciso focar em tudo de maravilhoso que Deus me deu e não só no que eu não tenho.
Escutei de uma pessoa até que bem legal que "ter filhos nem é tudo isso" - mas ela teve dois!
Outros dizem que é "tudo na hora de Deus".

Eu opto por não compartilhar meus sentimentos com muita gente. Tenho vergonha, me sinto vulnerável (no sentido ruim da palavra), exposta. Mas as vezes que tentei, também não deram muito certo. Ninguém entende. Acham que é bobagem, que é simples, que é drama. Que não tenho tantos motivos assim para sofrer desse jeito.
E daí, esquecem.

Me afastei do mundo. E em todas as vezes que considerei me reaproximar, me frustrei.
Há exatamente 1 mês, eu contei sobre a minha saga da adoção e que provavelmente tentaria nova FIV para duas amigas.
Ficou nisso. Nenhuma delas sequer tocou no assunto ou me perguntou se eu estou bem depois disso.
Claro que não estou, mas não vou pedir ajuda pra quem nunca ofereceu. Elas estão vivendo outro momento - uma com filho pequeno e a outra grávida e meu sofrimento é desagradável demais para esse momento de felicidade que elas vivem.

Ou seja, estou completamente sozinha nessa. Cada dia mais.