29/11/2016

Enfrentando a dor

Algumas coisas mudaram nesse período que fiquei longe do blog.

1. Comecei a fazer terapia. Encontrei uma psicóloga legal, que trabalha com terapia comportamental, que achei a linha mais adequada pro meu caso, porque eu simplesmente preciso desfocar de FIV e filhos. Só fui em 2 sessões, mas gostei. Ela fazer perguntas, questiona, me faz pensar. Espero que me traga resultados.

2. Eu tive uma semana inteira de felicidade. Sim, 7 dias de férias, desligada de FIV, sem o coração doer a cada minuto que pensava que não tenho filhos. Ao contrário, pela primeira vez em muito tempo, vi que não ter filhos tem lá seus benefícios - como ir nas montanhas russas mais horrorosas dos parques ou dormir literalmente a hora que o sono vem.
Fizemos uma viagem linda, feliz, animada. Me fez lembrar de como eu era feliz antes de toda essa história de (não) gravidez. Que a vida vai além de filhos, apesar de eu só conseguir enxergar isso.
Voltei com ânimo e força pra enfrentar a minha realidade. Se eu passei a considerar viver sem filhos? Jamais. Só aceitei que talvez demore muito mais do que eu esperava e que terei que encontrar formas de viver feliz até lá.

3. Demos entrada no processo de adoção. Marido fez o curso e hoje entreguei todos os documentos no fórum. Agora é aguardar estarmos habilitados.
Questionei sobre o tempo que demora após a habilitação: 3-4 anos. É tempo... Mas, o tempo vai passar de qualquer forma, então me resta esperar.

4. Marquei consulta com a Dra Daniella Castellotti e o Dr. Julio Voget, mas estou na dúvida se vou ou desmarco a consulta com o Dr. Júlio. O que pesa muito é que ele tem valores mais legais pra quem tem baixa reserva e precisa de mais de uma indução. Mas eu gostei demais da Dra Daniella e senti desde o primeiro momento que deveria fazer com ela... Acabei mudando de idéia pela facilidade em fazer quase tudo na minha cidade, mas acho que deveria tentar pelo menos uma vez com ela pra não me arrepender depois.
As consultas são na segunda feira, até sexta eu decido.
De qualquer forma, pretendo reiniciar meu tratamento ainda esse ano. Não sei se eles iniciariam uma indução entre Natal e Ano Novo, mas eu espero que sim, porque não quero perder muito mais tempo.


E é isso. Tenho visto tantas novidades boas nos blogs que sigo, espero de coração ter as minhas próprias pra contas logo logo!

Um beijo,


09/11/2016

Quando o Mundo Cai ao Meu Redor

Quando o Mundo Cai ao Meu Redor
Disseste que nunca me deixaria
Disseste que a vida me abalaria
Disseste que no mundo eu teria aflições
Mas eu sei
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão, encontro abrigo em Ti
Segura-me, segura em minhas mãos
Segura em minhas mãos
Quando eu vejo
Quando eu vejo a escuridão da noite
Quando eu vejo a tragédia vindo sobre mim
Mesmo assim eu descanso em Teus braços de amor
Pois eu sei
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão encontro abrigo em Ti
Segura-me, segura em minhas mãos
O choro dura uma noite
Mas quando o dia vem o sol, e ele vem
As tempestades virão
Mas sobre a morte Ele venceu
Ele venceu!
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão encontro abrigo em Ti
Segura-me
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão encontro abrigo em Ti
Segura-me, segura em minhas mãos
Segura em minhas mãos
Se ele vem, ele vem, ele vem, ele segura
Ele vem, ele vem, ele vem e me segura
Segura-me, segura-me
Quando o mundo cai ao meu redor
Teus braços me seguram
Quando o mundo cai ao meu redor
És a esperança pra mim, pra mim
Quando o mundo cai ao meu redor
E as forças se vão encontro abrigo
Abrigo so em Ti, segura-me, segura em minhas mãos
Segura na minhas mãos, segura na minhas mãos

08/11/2016

Não é fácil

Eu já tentei escrever aqui 4x. Não foi "umas 4x", foram 4x. E apaguei em todas as vezes.
Talvez apague essa também.

Acontece que eu me sinto quase uma bipolar. Tem períodos que acho que ficarei forte e conseguirei passar por tudo isso como uma pessoa normal. Mas em outros, sinto que estou afundando e não sei onde me segurar pra que isso não aconteça.

Mas olha só, eu não fico na cama, nem passo os dias chorando. Eu vivo. Assim, não sei o quanto eu vivo... Eu me mantenho viva, talvez seja a melhor forma de explicar como estou seguindo.

Eu acordo todos os dias, arrumo meu cabelo, passo maquiagem, coloco uma roupa bonitinha e sigo bem apresentável pro meu trabalho. Não estou comendo horrores, não engordei e nem deixei de ser vaidosa.
Lá permaneço o dia todo, sempre vendo whatsapp (grupo de FIV!) e pesquisando coisas sobre a FIV no intervalo.

O dia passa, eu volto pra casa e continuo fazendo as mesmas coisas: lendo sobre FIV.
O marido volta na sexta, saímos pra comer, visitamos a sogra e a minha mãe, e assim passa o fim de semana. Domingo vamos ao culto, eu me dou o direito de chorar um pouco e fica por isso mesmo. Claro, nos intervalos das programações, eu pesquiso sobre FIV.

Ou seja, eu me arrasto, cumpro todas as obrigações, mas estou longe de sentir qualquer tipo de felicidade. Eu vivo pensando em gravidez, me entristecendo com as milhares de grávidas por aí, imaginando que talvez eu nunca seja uma delas e programando a minha próxima tentativa.

Nada faz mais sentido e nada consegue me deixar verdadeiramente feliz. Me tornei uma pessoa triste.

Em duas semanas tiraremos 1 semana de férias. Espero que me ajude, que me distraia, tire o foco (pelo menos por 1 semana!) da gravidez. Programei uma viagem sem pausas, sem tempo pra relaxar, pra estar com a cabeça cheia o tempo todo. Porque o que eu preciso é relaxar e distrair a mente e não o corpo!

Voltei a tomar antidepressivo. Comecei com dose bem baixinha, pra aumentar daqui uns dias. Até o marido, que odeia remédios, falou da forma mais delicada possível que achava que eu precisava...

E assim eu sigo. Triste, sem saber o que fazer, sem saber como continuar, mas continuando, né?