11/09/2016

"Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Depois do post animado sobre o último dia da pílula anticoncepcional, novas pedras surgiram no meu caminho.

O último exame que faltava o resultado, era o cariótipo. Lembro que quando descobri a baixa reserva, no meio das minhas pesquisas, brinquei com a minha mãe "Será que eu sou XY?", que claro, não tinha o menor fundamento!

Mas o cariótipo me trouxe algumas novidades um pouco menos chocantes (claro!), mas não muito animadoras.
O do meu marido é perfeitamente normal, porém o meu não. Apresento uma mutação em 5% das células analisadas, com perda do cromossomo X, ou seja, nessas células, sou 45X0. O restante, normal. Essa alteração é chamada Mosaico de Turner e quando em 100% das células, leva à chamada Síndrome de Turner, que definitivamente eu não tenho.

O que isso acarreta? Com certeza é a causa da minha baixa reserva ovariana, o que ok, explica algumas coisas. O problema maior, é o que poderia causar se um filho herdasse uma célula com essa "ausência do X" - a maior parte evolui para abortos, porém se não evoluir, pode ter a Síndrome de Turner.

Recebi a notícia (resultado) na quinta feira, passei um dia triste, desanimada e no sábado tive uma conversa com um geneticista, que também foi quem analisou meu cariótipo. O risto de transmissão dessa mutação é de 20%. Claro que se eu tivesse condições de uma gravidez natural, eu jamais consideraria FIV com PGD por isso, ainda mais que a maioria evolui com aborto (segundo o geneticista, isso ocorre em 98% dos casos!), que seria a própria seleção natural. Mas numa FIV, eu tenho que considerar isso.

Meu problema é: se eu tiver poucos embriões, a idéia inicial era implantar com 3 dias, pra garantir. Só que pra fazer PGD, tenho obrigatoriamente que esperar que esses embriões se transformem em blastocistos. Isso, já causa uma perda grande. Com o PGD, imagino uma perda de mais uns 60% (40% que perde normalmente + 20% por causa da minha alteração genética). Por conta disso, corro o risco de não ter embrião nenhum para implantar...

O geneticista aconselha que eu tente fazer PGD numa primeira ocasião. O médico da FIV, disse que é uma decisão pessoal. Meu marido acha desnecessário. Eu quero fazer.

Não porque eu tenha medo de uma criança sindrômia, mas mais porque se o embrião tiver alterações cromossômicas, provavelmente a gestação não irá pra frente.

Hoje começo a indução. Ainda não fiz a aplicação da medicação (Pergoveris, 2 ampolas de 150u), porque estou pensando no melhor horário, pra fazer diariamente.

O que posso fazer nesse tempo, é rezar muito. Rezar e pedir pra ter muitos folículos, que virem lindos embriões, que consigam chegar até 5 dias e sejam perfeitos após o PGD.

Ontem, após a conversa com o geneticista, incrivelmente, eu me acalmei. Não tem o que fazer, tenho que esperar, torcer. Não nego que inicialmente a tristeza foi grande, o questionamento de por que mais um problema, mais uma pedra no caminho, veio com força. Mas foi se tornando menor e a vontade de ser mãe e o pensamento de que só Deus tem as respostas acabou ocupado a maior parte desse lugar no meu coração.

Agora é começar com as medicações e esperar até 5a feira (primeira US) pra ver o que me aguarda!

3 comentários:

  1. Quinta-feira será um dia de muita alegria, seus folículos estarão crescendo lindamente. Vai dar td certo no seu tto,terá muitos blastos.
    Beijos e fique com Deus
    Ptt (Fiv-Amadurecimento da Alma)
    http://fivamadurecimentodaalma.blogspot.com.br/?m=1

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  2. Quando é difícil entender, o melhor é aceitar. Você encontrou um novo "problema", mas se não tivesse encontrado se arriscaria a não dar certo novamente.Desta vez tem tudo para dar certo! Pense positivo!Bjos

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  3. Ainda bem que a medicina avançou e hoje existe PDG! Torcendo muuuuuuuito por quinta. Amanhã faço minha segunda ultra. Bjs!!

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